gr. orexis, horme; a sua operação em Aristóteles, epithymia; abrange desejo, espírito, apetência, orexis; papel na teoria do prazer de Empédocles, hedone 1; o problema no estoicismo, horme; o retorno neoplatônico como função de, epistrophe; leva ao movimento, kinesis 8, kinoun 9; o Primeiro Motor como objeto de, kinoun 9, noûs 16; para a alma apetitiva em Platão, ver desejo (FEPeters)
(gr. orexis; lat. appetitio, appetitus; in. Appetite; fr. Appétit; al. Begierde; it. Appetizioné). Em geral, o princípio que impele um ser vivo à ação, com vistas à satisfação de uma necessidade ou desejo ou à realização de um fim. Assim Aristóteles entendeu o apetite, que ele colocou, junto com sentido e com intelecto, entre as partes diretivas da alma (Et. Nic, VI, 2, 1.139 a 17). “O que no pensamento”, acrescenta ele, “é afirmação e negação, no apetite é perseguir e evitar”. O apetite é o princípio de ação último; pois, se é verdade que os móveis da ação parecem dois, o apetite e o intelecto prático, é também verdade que este último induz à ação só na medida em que seu princípio é apetecível (De an., III, 10, 433 a 21). Ao apetite pertencem o desejo, a irascibilidade e a vontade (ibid., II, 3, 414 b 2). O apetite, todavia, às vezes pode ser justo e às vezes não; pode visar ao bem aparente ou ao bem real; portanto, apetite diferentes podem ser às vezes contrários, como acontece quando o desejo e a razão se combatem. O apetite como princípio de ação pode, portanto ser controlado pela escolha racional ou pelos sentidos, embora a natureza superior tenda a dominar (Dean., III, 10-11, 433 ss.). Com base nessas últimas considerações aristotélicas, os escolásticos distinguiram um apetite sensível e um apetite intelectivo; Tomás de Aquino afirma que são duas potências diferentes da alma, uma passiva e a outra ativa (S. Th., I, q. 80, a. 2). A exemplo de Gregório de Nissa (De bom. opif., 8) e de João Damasceno (Defideorth., II, 12), os escolásticos admitiram também a diferença entre apetite irascível e apetite concupiscível: o concupiscível inclina a perseguir o bem sensível e a evitar o que é sensivelmente nocivo; o irascível é aquilo pelo qual se resiste às ações nocivas e se reage em face a tudo o que é difícil (cf. Tomás de Aquino, S. Th., q. I, 81, a. 2).
Essas observações permaneceram praticamente inalteradas durante séculos. Hobbes diz que o apetite e a fuga diferem do prazer e da dor assim como o futuro difere do presente; são ambos prazer e dor, mas não presentes, porém previstos ou esperados (De hom., 11,1). Spinoza ligou o apetite ao esforço (conatus) da mente em perseverar no próprio ser por prazo infinito: “Esse esforço”, diz ele, “chama-se vontade quando se atribui só à mente; chama-se apetite quando se refere ao mesmo tempo à mente e ao corpo; o apetite é, por isso, a própria essência do homem, de cuja natureza derivam necesariamente as coisas que servem à sua conservação e que, portanto, está destinado a cumprir” (Et., III, 9, Escól.). Leibniz viu no apetite a ação do princípio interno da mônada que opera a mudança ou a passagem de uma percepção a outra (Monad., § 15). Kant definiu o apetite como “a determinação espontânea da força própria de um sujeito, que acontece por meio da representação de uma coisa futura considerada como efeito da força mesma” (Antr., § 73). O apetite constitui, por isso, o que, na Crítica da Razão Prática, se chama “faculdade inferior de desejar”, que pressupõe sempre, como motivo determinante, um objeto empírico: diferentemente da faculdade “superior” de desejar, que é determinada pela simples representação da lei (Crít. R. Prática, livro I, cap. I, § 3, Escól. I).
Na filosofia moderna e contemporânea, esse termo caiu em desuso e foi substituído por outros como “tendência” ou “vontade”, aos quais se referem às vezes as determinações que a filosofia antiga atribuíra ao apetite. (Abbagnano)
Desejo instintivo, que tem sua origem muna necessidade física. Chamavam, na escolástica, apetites concupiscentes as inclinações e apetite irascível, a emoção.
Análise: — O apetite é elícito, quando tende para a apreensão do bem; é sensitivo, se a tendência tende para alcançar a apreensão sensitiva; é intelectual, se tende para a intelectiva. É inato, se a inclinação é procedente de um princípio interior sem cognição.
O termo apetite vem de peto, pedir, solicitar, partir para algo (daí ímpeto), e o conceito indica a propensão dirigida para algo desejado, algo conveniente, adequado ao apetente.
Ora, o ser humano tende para o bem e apetece-lhe a felicidade perfeita, que se chama beatitude (de beare, apetecer).
O apetite é uma inclinação (ad-petere) ou tendência para uma coisa conveniente, adequada ao ente.
Há um apetite natural, o tender da coisa para o seu próprio bem. O apetite elícito é o apetite propriamente dito, pois é a inclinação que se segue à cognição. O intelecto, em estado de indiferença, pelo conhecimento, tende para o objeto, assumindo uma orientação dinâmica; isto é, a inclinação verte-se para o próprio bem. O apetite é uma natural prolongação e um necessário complemento da faculdade cognoscitiva.
Eis por que o apetite elícito é o apetite propriamente dito, porque é tendência para a coisa apreendida enquanto fim. Essa apreensão pode ser perfeita ou imperfeita.
Imperfeita se apreende a coisa, que é o fim, sem apreender a razão abstrata do fim, nem a proporção formal de alguma coisa para o fim, enquanto meio. Perfeita, quando não só apreende a coisa, que é o fim, mas também a razão abstrata de fim.
O apetite elícito, que se segue à apreensão imperfeita do fim, é o apetite sensitivo; e o apetite elícito, cuja apreensão é perfeita, é o apetite racional, é a vontade.
Há apetite nos animais, pois é uma faculdade orgânica.
O apetite é distinto da força cognoscitiva.
Há, no homem, um apetite intelectual, o qual é essencialmente distinto do intelecto, e que é, propriamente, a vontade.
O apetite intelectual estende-se aos bens que, enquanto tais, são conhecidos pelo intelecto. Se o intelecto os capta, como bens, não são apetecidos pela vontade. Como o intelecto humano é ilimitado, e tem a possibilidade de conhecer tudo quanto é inteligível, é ele uma potência universalissima, pois todo ser é inteligível.
O apetite intelectual não só se dirige aos bens materiais mas também aos imateriais, como Deus, virtude, ciência, etc. O apetite sensitivo só se dirige para os bens materiais, e não pode dirigir-se para os bens imateriais. O apetite elícito intelectual aperfeiçoa, portanto, o apetite sensitivo.
Há uma distinção entre o apetite intelectual e o intelecto, distinção que se funda na própria essência de ambos.
O objeto formal do apetite intelectual é a razão de bem, que é o seu ser apetecível, enquanto o objeto formal do intelecto é o ser cognoscível.
Essas são as razões que distinguem essencialmente a ambos.
A vontade é, portanto, o apetite intelectual. Ora, um ser só aspira ao que é adequado à sua natureza. Se o ser humano aspira a bens imateriais, sua natureza não pode ser apenas material. O apetite sensitivo, que é apenas material, aspira a bens materiais; mas o apetite intelectual, por aspirar a bens não materiais, não pode ser apenas material. [MFSDIC]
Muitos dos que acolheram a palavra que liberta da tirania e se aproximaram da pregação são maltratados agora pelo inimigo com os assaltos das tentações. Muitos destes se fazem mais provados e firmes na fé, temperados pelo ataque dos que os combatem; ao contrário, alguns mais débeis dobram o joelhos diante destes ataques dizendo abertamente que é preferível para eles permanecer surdos à chamada da liberdade que padecer tais dificuldades por causa dela. Isto mesmo ocorreu então devido à pusilanimidade dos israelitas, que acusaram os que os aconselhava o meio de escapar da escravidão. Porem não por isso cessará a palavra de atrair para o bem, ainda que o imaturo, infantil e imperfeito de entendimento, por sua inexperiência, se assuste ante as tentações. Isto é o que o demônio tenta contra os homens: busca ferir e corromper. Que quem está sujeito a ele não olhe para o céu, mas que se incline para a terra e faça ladrilhos com lama dentro de si mesmo. De fato, é patente a todo mundo como o que pertence ao prazer material deriva da terra e da água, quer se olhe para os desejos do ventre e da gula ou quanto se refere à riqueza. A mistura destes elementos é – e se chama justamente – barro. Quantos avidamente se enchem dos prazeres do barro, não conseguem manter cheia sua ampla capacidade para receber prazeres, pois uma vez cheia, de novo se torna vazia para aquilo que flui para dentro. Quem faz ladrilhos sempre coloca de novo outro barro no molde que ficou vazio; parece-me que quem considera o APETITE concupiscível da alma, compreenderá facilmente este exemplo. De fato, quem dá satisfação a sua paixão em qualquer das coisas pelas quais lutou, novamente se encontrará vazio com relação àquilo mesmo, se é lançado pela paixão a alguma outra coisa. E ao sentir-se satisfeito por esta coisa, se encontrará de novo vazio e com capacidade de desejar alguma outra coisa. E isto não cessará em absoluto de atuar em nós, até que nos subtraiamos da vida material. A cana e a palha que provem dela e que quem está submetido às ordens do tirano é obrigado a misturar ao ladrilho, interpretamos conforme o Evangelho de Deus e às palavras profundas do Apóstolo: ambos significam igualmente, a palha e a cana, matéria para o fogo (Mt 3, 12 e 1Co 3, 12-13). Quando algum dos que progridem na virtude quer atrair para uma vida livre e plena de sabedoria aqueles que estão escravizados pelo engano, aquele que, como diz o Apóstolo, seduz com ciladas variadas nossas almas (Ef 6, 12), sabe opor os sofismas do engano à lei de Deus. Tendo presente a Escritura, digo isto referindo-me às serpentes do Egito, isto é, às diversas maldades do engano, cuja aniquilação realiza a vara de Moisés (Ex 7, 10-12). Porem isto já está suficientemente considerado. Assim pois, quem possui esta invencível vara da virtude que destroi as varas enganosas, avança por um caminho contínuo até maiores prodígios. A realização dos prodígios não tem lugar com a finalidade de ser admirada pelos que os vêem, mas está dirigida ao aproveitamento dos que se salvam (2Tim 3, 16). Com estes prodígios da virtude, se afasta o que é inimigo e se reconforta o que é da mesma estirpe. Conheçamos, em primeiro lugar, o significado geral destes prodígios; depois talvez nos seja possível adaptar analógicamente este conhecimento a cada um deles em particular. INTERPRETAÇÃO MÍSTICA DA VIDA DE MOISÉS 8.
Como pode a história estabelecer uma lei contrária à razão? Considerando a interpretação espiritual, não será mais razoável crer que isto sucede como figura e que, através do que foi dito, o Legislador quis propor um ensinamento? O ensinamento é este: que quem se empenha na luta da virtude contra o vício deve faze-lo desaparecer em seus primeiros brotos. De fato, com a destruição dos primeiros brotos, se destroi também o que lhes segue em continuação, como nos ensina o Senhor no Evangelho, ordenando quase com as mesmas palavras destruir os primogênitos dos vícios egípcios; exorta-nos assim a cortar a concupiscência e a ira (Mt 5, 22 e 28), e a não ter medo nem da sujidade do adultério, nem da mancha do homicídio, pois nenhum destes males tem consistência por si mesmo, mas que é a cólera que leva a cabo o homicídio e o desejo é que conduz ao adultério. Precisamente porque aquele que engendra o mal, antes do adultério produziu o desejo e antes do crime produziu a cólera, quem destroi o primogênito destroi totalmente a descendência que segue o primogênito, do mesmo modo que quem golpeou a cabeça da serpente matou com o mesmo golpe o corpo que rasteja atrás. Porem isto não poderia acontecer se previamente não tivessem sido borrifadas as ombreiras das portas com aquele sangue que afugenta o Exterminador (Ex 12, 23). E se queremos captar com maior exatidão o sentido de quanto se diz, a história no-lo insinua através destas coisas: através da morte do primogênito e através da proteção da entrada com o sangue. Ali, com efeito, se destroi o primeiro movimento do mal e aqui mesmo, pelo verdadeiro cordeiro, se afasta a primeira entrada do mal em nós. Pois uma vez que o exterminador esteja dentro, não o expulsaremos com um simples pensamento; vigiemos com a Lei, para que nem se quer comece a entrar em nós. A vigilância e a segurança consistem em sinalizar com o sangue do cordeiro o montante e as ombreiras da entrada (Ex 12, 22). A Escritura nos explica estas coisas da alma com figuras; também a ciência profana as intuiu ao distinguir a alma em seu aspecto racional, concupiscível e irascível. Deles – diz – o irascível e o concupiscível estão abaixo, sustentando cada um a parte racional da alma, e assim a parte racional, tendo subjugadas as outras duas, as governa e, por sua vez, é sustentada por elas: é impulsionada ao valor pelo APETITE irascível e é elevada pelo APETITE concupiscível à participação no bem. Enquanto a alma se encontra estabilizada nesta disposição, estando segura por pensamentos virtuosos como se fossem cavilhas, dá-se uma cooperação para o bem de todas as faculdades entre si: a parte racional dá segurança por si mesma às partes que lhe estão submetidas e, por sua vez, recebe o mesmo benefício da parte delas. Porem se a ordem for invertida e o que está acima passar par baixo, caindo para a parte em que é pisada, a razão fará subir sobre si as disposições concupiscível e irascível, e então, o exterminador entrará no interior, sem que se oponha a ele nenhum repúdio proveniente do sangue, isto é, sem que a fé em Cristo ajude no combate àqueles que se encontram nestas disposições. Manda borrifar com sangue primeiro o montante, e besuntar depois as ombreiras de um lado e outro. Como poderia alguém untar primeiro o que está acima, se não estivesse em cima? Não estranhes se estes dois episódios – a morte dos primogênitos e a aspersão do sangue – não acontecem igualmente aos israelitas, e não repudies, por causa disto, nossa consideração a respeito da destruição do mal, como se estivesse fora da verdade. Interpretamos a diferença entre os nomes hebreu de egípcio como a diferença entre a virtude e o vício. Se, pois, o sentido espiritual sugere entender o israelita como o bom, não seria coerente que alguém tentasse matar as primícias dos frutos da virtude, mas aquelas cuja destruição é mais útil que sua conservação. Assim pois, coerentemente, aprendemos com Deus que é necessário destruir as primícias da estirpe egípcia, para que seja destroçado o mal, aniquilado com a destruição de seus primeiros brotos. Esta interpretação está de acordo com a história. A proteção dos filhos dos israelitas tem lugar por meio da aspersão do sangue para que o bem chegue à plenitude; por outro lado, aquele que ao amadurecer haveria de constituir o povo egípcio, este é destruído antes que chegue à plenitude no mal. O que segue está de acordo com a interpretação espiritual que propusemos, acomodando-se ao sentido do discurso. Prescreve-se, com efeito, que se converta em nosso alimento o corpo daquele do qual fluiu este sangue que, mostrado nos montantes das portas, afasta o exterminador dos primogênitos dos egípcios. A atitude dos que levam à boca esta comida há de ser sóbria e conforme com pessoas que têm pressa, não como a que se vê naqueles que se divertem em banquetes, cujas mãos estão soltas, as vestes sem cingir, os pés livres de calçados de viagem. Aqui tudo é o oposto. Os pés estão aprisionados nos sapatos, o cinturão cinge as pregas da túnica aos rins e, na mão, o bastão que defende dos cães (Ex 12, 11). E neste atavio, a comida é posta diante deles sem nenhuma preparação complicada, mas elaborada apressadamente sobre o fogo, de forma improvisada. Os convidados a devoram rapidamente, a toda pressa, até que todo o corpo do animal tenha sido consumido. Comem tudo o que é comestível em redor dos ossos, porem não tocam no que está dentro, pois é proibido romper os ossos deste animal. O que sobra de comida é consumido pelo fogo (Ex 12, 9-10 e Nm 9, 12). De tudo isto se depreende com clareza que a Escritura está visando um significado mais elevado, já que a Lei não nos ensina o modo de comer, para estas coisas é suficiente guia a natureza, a qual colocou em nós o APETITE, mas através disto quer significar outra coisa. De fato, que tem a ver com a virtude ou o vício a comida ser apresentada de uma forma ou de outra, com a cintura cingida ou sem cingir, descalços os pés ou com os sapatos, tendo o bastão na mão ou o havendo deixado? Resulta claro, ao contrário, o que significa simbolicamente a preparação do aparato de viagem. Convida-nos diretamente a que reconheçamos que na vida presente estamos de passagem, como caminhantes, impelidos desde o nascimento até à morte pela mesma necessidade das coisas. E que é necessário que as mãos, os pés e tudo o demais estejam preparados para esta saída a fim de ter segurança no caminho. Para que não sejamos feridos nos pés desprotegidos e descalços pelos espinhos desta vida, os espinhos poderiam ser os pecados, protejamo-los com a defesa dos sapatos. Isto é a vida casta e austera, que quebra e dobra por si mesma as pontas dos espinhos, e evita que o mal penetre dentro de nós com um começo pequeno e imperceptível. Uma túnica que flutua solta sobre os pés e que se enreda entre as pernas seria um estorvo para quem anda corajosamente por este caminho, segundo Deus. Neste contexto, poderíamos entender a túnica como a relaxação prazenteira nos cuidados desta vida a qual uma mente sábia, convertendo-se em cinturão do caminhante, reduz e aperta. Que o cinturão é a temperança, se atesta pelo lugar ao qual cinge. O bastão que defende das feras é a palavra da esperança, com a qual sustentamos a alma em suas fadigas e afugentamos os que ladram. O alimento para nós preparado no fogo comparo com a fé cálida e ardente que acolhemos sem demora, de que comemos quanto de comestível está à mão do que come, enquanto deixamos de lado, sem buscar e sem espiar curiosamente, a doutrina que está velada em conceitos duros e dificilmente assimiláveis, entregando ao fogo um alimento semelhante. Para explicar os símbolos utilizados em relação a isto, dizemos o seguinte: alguns dos ensinamentos divinos têm um sentido exeqüível; não convém recebe-los preguiçosamente nem de má vontade, mas saciar- nos, como famintos impelidos pelo APETITE, dos ensinamentos que estão diante de nós, de forma que o alimento se converta em robustecimento para nossa saúde. Outros ensinamentos são obscuros, como o indagar qual é a substância de Deus, ou o que existia antes da criação, ou o que há alem das aparências, ou que necessidade marca os acontecimentos, e todas as coisas deste estilo que são investigadas pelos curiosos; é necessário deixar que estas coisas só sejam conhecidas pelo Espírito Santo, que penetra as profundidades de Deus, como diz o Apóstolo (1Co 2, 10). Com efeito, ninguém que esteja familiarizado com a Escritura ignora que nela o Espírito freqüentemente é lembrado e é designado como fogo. Somos levados a esta interpretação pela advertência da Sabedoria: Não especules sobre o que te ultrapassa (Eclo 3, 22), isto é, não rompas os ossos do ensinamento, pois não te é necessário o que está escondido (Eclo 3, 23). INTERPRETAÇÃO MÍSTICA DA VIDA DE MOISÉS 14.