(gr. daimonion; lat. Daemon; in. Demon; fr. Démon; al. Daemon; it. Demone).
Ser divino em geral, que não o supremo, ao qual é habitualmente reservada a função de mediação. Sócrates atribuía à voz que o chamava para sua tarefa e para o que devia ou não fazer “algo de divino” (Ap., 31 D), expressão que significa simplesmente o caráter divino ou transcendente do chamamento. Depois, foram frequentemente chamadas de demônio as divindades inferiores ou subordinadas, que muitas vezes os filósofos identificaram com as admitidas pela religião tradicional. Já Platão admitira essas divindades como criadas pelo Demiurgo (Tim., 41 a). Os estoicos pensavam do mesmo modo (D.L., VII, 147). Plotino diz que um demônio é uma “imagem de Deus” (Enn., VI, 7, 6) e que os demônio estão na segunda ordem, logo depois dos deuses, ao passo que depois deles vêm os homens e os animais (Ibid., III, 2,11). O neoplatonismo siríaco, como Plutarco, multiplica os demônio, considerando-os todos emanações, mais ou menos remotas, da divindade suprema. O cristianismo adotou a seu modo a doutrina dos demônio, chamando de anjos os bons demônio e reservando o nome de demônio aos anjos maus (v. anjos). [Abbagnano]