união

ing. union
fr. union
al. Verbindung

Qualquer forma de relação que consinta considerar (a qualquer título) o conjunto dos termos como um todo. Esta é a definição que da palavra deu Leibniz (De arte combinatoria, 1666, Op., ed. Erdmann, pág. 8). Um todo não é necessariamente uma unidade ou uma totalidade (v. todo) e pode ter graus diferentíssimos de coesão entre as suas partes. Assim também os graus de união podem ser diferentíssimos. Kant dividiu cada união em composição (compositio) e em conexão (nexus). A primeira é uma síntesenão necessária”, isto é, tal que não liga necessariamente os termos. Kant acha que seja própria das matemáticas e a divide em agregações (v. agregação), que diz respeito às quantidades extensivas e coalização que disz respeito às quantidades intensivas. A conexão, ao contrário, é uma síntese necessária, por ex., a do acidente com a substância e a do efeito com a causa. Esta pode subsistir também entre termos heterogêneos e pode ser ou física, que é a conexão dos fenômenos entre si, ou metafísica que a união dos fenômenos na faculdade cognitiva a priori (Crítica da Razão Pura, Analítica, livro II, cap. 2. sec. 3. n. [B202]).

Esta diferença de significado acha-se no uso corrente do termo como no filosófico e teológico. A teologia fala de uma “união hipostática” isto é substancial ou necessária entre a natureza humana e a natureza divina na pessoa do Cristo (v. encarnação); mas fala também de uma união mística da alma com Deus, que não é nem substancial nem necessária. A filosofia fala da união entre matéria e forma, e de substância e acidente, que são necessárias; e fala ainda da união da alma e do corpo que não é necessária (cfr. Leibniz, Op., ed. Erdmann, pág. 127). Na linguagem comum estão ultrapassados alguns destes usos; e ainda se fala, por ex., de “união carnal”; ou de união no sentido de concórdia ou de solidariedade; ou de associação para a defesa de interesses comuns (união operária, etc.). [Abbagnano]