O eixo (sutra) é assimilável, de acordo com outro simbolismo já tratado, ao “sétimo raio” do Sol. Se o mundo for representado por uma esfera, esse eixo não poderia ser, na realidade, qualquer dos diâmetros de tal esfera, porque, se considerarmos os três diâmetros ortogonais que formam os eixos de um sistema de coordenadas de três dimensões, teremos que as seis direções opostas duas a duas que eles determinam nada mais são que os outros seis raios do Sol. O “sétimo raio” deveria ser igualmente perpendicular em relação a todos os outros, pois apenas ele, enquanto eixo da manifestação universal, poderia ser chamado de vertical absoluto, em relação ao qual os eixos das coordenadas do mundo considerado são todos relativamente horizontais. Evidentemente isso não é representável geometricamente, o que mostra que toda representação é inevitavelmente inadequada; pelo menos o “sétimo raio” só pode ser representado por um único ponto geométrico, que coincide com o centro da própria esfera. E isso indica ainda que, para todo ser encerrado nos limites de um certo mundo, ou seja, nas condições especiais de um determinado estado de existência, o eixo é, na realidade, “invisível” e dele só pode ser percebido o ponto que é o seu “traço” nesse mundo. (Guénon)
O “sétimo raio” é o “Caminho” pelo qual o ser, tendo percorrido o ciclo da manifestação, retorna ao não-manifestado e se une efetivamente ao Princípio, do qual no entanto, na própria manifestação, só esteve separado de modo ilusório. (Guénon)
Para aquele que retornou ao centro do seu próprio ser, o “sétimo raio” coincide necessariamente com o “Eixo do Mundo; e é para um tal ser que se diz que “o Sol se levanta sempre no zênite e se põe no nadir”. (Guénon)