esfera

(gr. sphaira, sphairos; lat. Gobus; in. Globe; fr. Globe; al. Spbare; it. Sfera).

Segundo os antigos, a figura perfeita, que compreende em si todas as outras figuras e é a imagem da homogeneidade e da perfeição (cf. Platão, Tim., 33 b). Parmênides comparava o ser a uma “E. perfeitamente redonda”, porquanto ele é definido por todos os aspectos, sendo igual a si mesmo, de tal modo que em nenhum de seus aspectos é maior ou menor que ele mesmo (Fr. 8, 41, Diels). Empédocles chamava de esfera a fase perfeita do ser, em que predomina a amizade: “Mas em todos os aspectos era igual e inteiramente infinito, o esfero redondo que goza da sua solidão envolvente” (Fr. 28, Diels). No Renascimento, Nicolau de Cusa retomou essas especulações, insistindo na perfeição da figura circular (De docta ignor, I, 21) e atribuindo à alma a forma esférica (De ludo globi, I). (Abbagnano)


Entre todas las líneas de igual longitud, la circunferencia es la que envuelve la superficie máxima; del mismo modo, entre los cuerpos de igual superficie, la esfera es el que contiene el volumen máximo; desde el punto de vista puramente matemático, esa es la razón por la que estas figuras se consideraban como las más perfectas. Leibniz se ha inspirado en esta idea en su concepción del “mejor de los mundos”, que define, entre la multitud indefinida de todos los mundos posibles, como el que encierra más ser o realidad positiva; pero, como ya lo hemos indicado, la aplicación que hace así de esta idea está desprovista de todo alcance metafísico verdadero. (René Guénon)

Esta forma esférica luminosa, indefinida y no cerrada, con sus alternativas de concentración y de expansión ( sucesivas desde el punto de vista de la manifestación, pero en realidad simultáneas en eleterno presente” ), es, en el esoterismo islámico, la forma de la Rûh muhammadiyah; es a esta forma total del “Hombre Universal” a la que Dios ordenó a los Ângeles adorar, así como se ha dicho más atrás; y la percepción de esta misma forma está implícita en uno de los grados de la iniciación islámica. (René Guénon)


A representação simbólica de um estado de existência por meio de uma esfera, deve ter em mente que o ponto mais baixo, nesta figuração, é o centro e, além dele, só se pode tornar a subir, do mesmo modo que Dante subiu do Inferno continuando a seguir a mesma direção que tinha tomado inicialmente para descer, ou pelo menos o que parece ser geometricamente a mesma direção, visto que a montanha do Paraíso terrestre situa-se, no simbolismo espacial, nos antípodas de Jerusalém. Afinal, basta refletir um instante para se dar conta que de outro modo a representação não poderia ser coerente, pois não concordaria de forma alguma com o simbolismo da gravidade, cuja consideração é aqui particularmente importante, e, além disso, como poderia o que é o “baixo” para um ponto da esfera ser ao mesmo tempo o “alto” para o ponto diametralmente oposto, e como as coisas seriam apresentadas se, ao contrário, se tivesse partido desse último ponto. A única coisa verdadeira é que o ponto de parada da descida não se situa na ordem corporal, pois existe realmente o “infra-corporal” nos prolongamentos do nosso mundo. Mas, esse “infra-corporal” é o domínio psíquico inferior, que, além de não poder ser assimilado a nada que se refira ao espiritual, é precisamente o que há de mais afastado de toda espiritualidade, a tal ponto que pareceria de certo modo ser o seu contrário sob todos os aspectos, se fosse possível dizer que o espírito tem um contrário. A confusão que acabamos de assinalar nada mais é, afinal, que um caso particular da confusão muito difundida entre o psíquico e o espiritual. (Guénon)


Assinalemos ainda, a propósito da forma esférica, que na tradição islâmica a esfera de pura luz primordial é a Ruh mohammediyah, (“Espírito de Maomé”) que também é o “Coração do Mundo”. O “cosmo” inteiro é vivificado pelas “pulsações” dessa esfera, que é exatamente o barzakh (“intervalo”, “istmo”) por excelência. (Guénon)