sol

Falando o nosso autor [Leo Frobenius] da cultura solar que cobriu durante certa época grande parte da terra, oferecendo todo um conjunto de possibilidades de atuação e de implementos de vida, afirma entre outras coisas: “A órbita solar torna-se o fator decisivo, o que dispõe, o que determina o tempo e o espaço… Sentimentos e meditações emocionantes rodeiam o sol. Disto é expressão o mito. Desenvolve-se um simbolismo abundante. Tudo o que vive sua existência mítica no céu é fixado ou configurado plasticamente em formas na terra. A ascensão do grande astro do dia transforma-se numa obra artística que se eleva verticalmente; o mito do roubo do fogo conduz ao rito do fogo e a sacrifícios de fumo perfumado. Grandes festivais reproduzem o drama do sol e da lua; os dois se convertem em globos. O sol se converte em disco; o dragão, símbolo do mar, em barco. O feiticeiro faz-se sacerdote. Nasce o espetáculo sacramental. O divino e os deuses germinam e os homens começam a imitar a vida dos deuses. O cosmos faz-se terrestre”. E também: “O sacerdote torna-se, por um lado, rei com manto purpúreo, coroa e globo e, por outro, funcionário – o espetáculo sagrado dos deuses torna-se a seguir teatro de marionetes; a representação figurada da ascensão do sol, dentro do recinto de quatro pilastras, torna-se o primeiro templo, transforma-se em cachimbo de haxixe e logo cigarro; o dragão do mar, barco transatlântico; o disco solar, carro; o simbolismo sagrado das cifras, matemática; a pelota solar, futebol; a auréola, coroa e guarda-chuva.” [VFSTM:142]