social

(in. Social; fr. Social; al. Sozial; it. Socialé).

1. Que pertence à sociedade ou tem em vista suas estruturas ou condições. Neste sentido, fala-se em “ação social”, “movimento social”, “questão social”, etc.

2. Que diz respeito à análise ou ao estudo da sociedade. Neste sentido, fala-se em “economia social”, “psicologia social”, etc. Em especial, a expressão ciências social designa o conjunto das disciplinas sociológicas, jurídicas, econômicas e às vezes também a ética e a pedagogia. [Abbagnano]


Essa relação especial entre a ação e estar junto parece justificar plenamente a antiga tradução do zoon politikon de Aristóteles como animal socialis, que já encontramos em Sêneca e depois, com Tomás de Aquino, tornou-se a tradução consagrada: homo est naturaliter politicus, id est, socialis (“o homem é, por natureza, político, isto é, social”).[A citação é do Index Rerum da edição de Turim das obras de São Tomás de Aquino (1922). A palavra “politicus” não ocorre no texto, mas o Index resume corretamente a significação dada por Tomás de Aquino, como se pode verificar na Suma teológica, i. 96. 4; ii. 2. 109. 3.] Melhor que qualquer teoria elaborada, essa substituição inconsciente do político pelo social revela até que ponto havia sido perdida a original compreensão grega da política. Para tanto, é significativo, mas não decisivo, que a palavrasocial” seja de origem romana e não tenha equivalente na língua ou no pensamento gregos. Não obstante, o uso latino da palavra societas tinha também originalmente um significado claramente político, embora limitado: indicava uma aliança entre pessoas para um fim específico, como quando os homens se organizavam para dominar outros ou para cometer um crime. [Societas regni em Lívio, societas sceleris em Cornélio Nepos. Tal aliança podia também ser estabelecida para fins comerciais, e Tomás de Aquino ainda afirma que uma “verdadeira societas” entre negociantes só existe “quando o próprio investidor compartilha do risco”, isto é, quando a associação é realmente uma aliança (cf. W. J. Ashley, An introduction to English economic history and theory [1931], p. 419).] É somente com o ulterior conceito de uma societas generis humani, uma “sociedade da espécie humana” [Emprego aqui e no que se segue o termoespécie humana” [man-kind] como distinto de “humanidade” [mankind], que indica a soma total dos seres humanos.] que o termosocial” começa a adquirir o sentido geral de condição humana fundamental. Não que Aristóteles ou Platão ignorassem ou não dessem importância ao fato de que o homem não pode viver fora da companhia dos homens, simplesmente não incluíam tal condição entre as características especificamente humanas. Pelo contrário, ela era algo que a vida humana tinha em comum com a vida animal, razão suficiente para que não pudesse ser fundamentalmente humana. A companhia natural, meramente social, da espécie humana era vista como uma limitação imposta a nós pelas necessidades da vida biológica, que são as mesmas para o animal humano e para outras formas de vida animal. [ArendtCH, 4]