(lat. realismus; in. Realism; fr. Réalisme; al. Realismus; it. Realismo).
Esta palavra começou a ser usada em fins do séc. XV, designando a corrente mais antiga da Escolástica, em oposição à chamada corrente “moderna” dos nominalistas ou terministas. O primeiro a usá-la foi provavelmente Silvestro Mazolino de Prieria, em Compendium dialecticae, de 1496 (cf. Prantl, Geschichte der Logik, IV, p. 292). O realismo afirmava a realidade dos universais (gêneros e espécies), entendendo contudo de maneiras diferentes essa mesma realidade (v. universal).
No sentido mais geral e moderno, esse termo foi retomado por Kant na primeira edição de Crítica da Razão Pura, para indicar, por um lado, a doutrina (oposta à que ele defendia) segundo a qual o espaço e o tempo são independentes de nossa sensibilidade, que é o realismo transcendental, e por outro lado uma doutrina sua, que admite a realidade exterior das coisas e que é o realismo empírico. Kant dizia: “O idealista transcendental é um realista empírico que atribui à matéria, como fenômeno, uma realidade que não precisa ser deduzida, mas é imediatamente percebida” (Crítica da Razão Pura, 1a ed., Dialética transcendental, Crítica do quarto paralogismo da psicologia transcendental). Com Kant, esse termo entrou em filosofia, designando doutrinas de interesse atual, e não simplesmente histórico. Fichte afirmava que “a doutrina da ciência é realista” porque “mostra que é absolutamente impossível explicar a consciência das naturezas finitas se não se admitir a existência de uma força independente delas, oposta a elas, da qual elas dependem em sua existência empírica” (Wissenschaftslehre, 1794, § V, II; trad. it., 231). Schelling falava de um idealismo realista (Real-idealismus) ou de um realismo idealista (Ideal-realismus) (Werke, I, X, p. 107) no mesmo sentido que Fichte. A partir de então, o realismo foi qualificado e definido das maneiras mais diferentes, e quase sempre as doutrinas que o adotaram como insígnia qualificaram também como realistas as doutrinas do passado que coincidiam com seu ponto de vista. Assim, p. ex., Platão foi considerado realista porque admitia a realidade das ideias (seja qual for a significação disto), mas também foi definido como idealista porque tratava de ideias. Semelhantes análises (e as controvérsias que provocam) não passam de perda de tempo. Menos inútil talvez seja esclarecer o significado das formas mais conhecidas que o realismo assumiu na filosofia moderna. Nesse caso, além das já citadas, podem ser lembradas as seguintes:
a) O realismo empírico de Kant assumiu vários nomes, permanecendo substancialmente o mesmo: independência da existência das coisas em relação ao ato de conhecer. W. Hamilton chamou esse ponto de vista de realismo natural ou presentacionismo, considerando-o típico da escola escocesa, da qual derivava sua filosofia. O famoso artigo de G. E. Moore, publicado em Mindde 1903, “Refutação do idealismo”, inspira-se num ponto de vista análogo: defende a independência do objeto conhecido em relação ao ato psíquico com que é conhecido. Essa independência era chamada de tese do realismo ingênuo (al. Naiven Realismus) por G. Schuppe (Grundriss der Erkenntnistheorie und Logik, 1910, pp. 1-2). O. Kulpe dava a esse mesmo ponto de vista o nome de realismo científico (Die Realisierung, II, 1920, p. 148), enquanto J. Maritain, que defendeu a mesma forma de realismo porque, segundo ele, correspondia mais à tradição tomista, chamou-o de realismo crítico (Distinguer pour unir, 1932, p. 149). Finalmente, o mesmo tipo de realismo é chamado de materialismo pelos defensores do materialismo dialético: é o que faz, p. ex., Lenin (Materialismo e empiriocriticismo, 1909, trad. it., p. 75). Essa mesma forma de realismo, sem adjetivos ou com adjetivos vários, é frequente na filosofia contemporânea; pode ser facilmente encontrada no existencialismo, no instrumentalismo, no empirismo lógico e em todas as correntes filosóficas que adotam o pensamento científico como ponto de partida.
b) realismo transfigurado (Transfigurared Realism) de H. Spencer: “O realismo com que estamos comprometidos sustenta simplesmente que a existência objetiva é separada e independente da existência subjetiva. Mas não afirma que cada um dos modos da existência objetiva seja na realidade aquilo que parece ser, nem que as conexões entre os modos sejam objetivamente aquilo que parecem ser. Por isso, esse realismo distingue-se claramente do realismo cru; para marcar a distinção podemos chamá-lo propriamente de realismo transfigurado” (Principles of Psychology, §472).
c) O novo realismo defendido em volume coletivo por um grupo de pensadores americanos (E. B. Holt, W. T. Marwin, W. P. Montague, realismo B. Perry, W. B. Pitkin, E. G. Spaulding, The New Realism, 1912) baseia-se no princípio segundo o qual a relação cognoscitiva não modifica os seres entre os quais se estabelece; portanto, o fato de os seres conhecidos parecerem estar apenas em relação conosco não implica que seu ser se esgote nessa relação. Segundo o novo realismo, também são seres objetivos os conceitos abstratos utilizados pela ciência; o próprio erro é um fato objetivo devido a uma distorção fisiológica. Ponto de vista análogo, também baseado nas correntes da fenomenologia e do logicismo, foi defendido por Nicolai Hartmann numa série de obras que começaram com Grundzuge einer Metaphysik der Erkenntnis (1921). Constituem o realismo de Hartmann as duas teses seguintes: 1) a relação cognitiva é extrínseca ao ser, que não é qualificado nem modificado por ela; 2) o ser é constituído não só por coisas, mas também por objetos ideais ou abstratos, ou por valores.
d) O realismo crítico foi defendido em um volume coletivo por um grupo de pensadores americanos (D. Drake, A. O. Lovejoy, J. B. Pratt, A. K. Rogers, G. Santayana, R. W. Sellars, C. A. Strong, Essays in Critical Realism, 1920), que defendia fundamentalmente o ponto de vista de Santayana, segundo o qual o objeto imediato ao conhecimento é uma essência, ao passo que a existência nunca é apreendida imediatamente ou intuída, mas apenas afirmada, posta ou reconhecida por exigências emocionais e práticas que Santayana chamava de fé animal (Scepticism and Animal Faith, 1923). [Abbagnano]
A atitude ou doutrina filosófica que consiste em afirmai que nosso conhecimento atinge à verdadeira realidade (não confundir com o materialismo, que não é uma teoria sobre a natureza e o alcance de nosso conhecimento, e sim sobre a natureza do ser). — O materialismo, para o qual toda realidade é de natureza material, contrapõe-se ao espiritualismo, para o qual a verdadeira realidade é de natureza espiritual, enquanto que o realismo contrapõe-se ao idealismo, segundo o qual só conhecemos fenômenos, não realidades em si. — Distinguem-se comumente: a) o realismo ingênuo, que é a atitude natural de todo espírito e que Bergson descreveu no início de Matéria e memória (consiste na identificação que fazemos espontaneamente entre nossas representações e a matéria real das coisas): “Chamo matéria o conjunto de imagens”; b) o realismo ao qual pode chegar uma reflexão filosófica. Pode ser um realismo espiritualista, do qual Platão dá o exemplo mais célebre. A experiência da “reminiscência”, segundo a qual redescobrimos, através da simples reflexão, as verdades matemáticas elementares e os ideais morais, seria suficiente para provar sua preexistência no espírito humano, sua realidade em si. Esse ponto de vista foi recentemente retomado pela fenomenologia de Husserl e pelo positivismo lógico de Wittgenstein. Pode ser um realismo materialista, que é uma justificação filosófica do realismo ingênuo (Hume, Sartre). Assinalamos que o realismo em arte preconiza a reprodução exata do real e a imitação da natureza; contrapõe-se às tendências da arte abstrata. (V. realismo socialista.) [Larousse]
Significa etimologicamente opinião que defende a realidade. Em sentido geral epistemológico-metafísico, realismo (1), em oposição a idealismo, é a concepção que afirma que o ente real existe “em si”, independentemente de nosso conhecimento; que, por conseguinte, o ser não é mera produção do sujeito pensante; que o sentido de nosso conhecimento é adequar-se, assimilar-se ao ente, apreendê-lo como ele é em si, e que tal objetivo se pode alcançar, ao menos dentro de determinados limites; este último asserto distingue também o realismo do fenomenalismo. Contudo seria exagero definir o “real” precisamente como aquilo que existe independentemente de nosso pensamento; real é, antes, o que tem ser (ser real), embora este ser, exatamente como o ser de nossos atos internos e externos e de nossas operações exteriores, dependa de nosso pensar, de nosso querer e operar. — Quando, às vezes, se fala de realismo ideal (ou realismo idealista), ê possível que se queira significar a convicção comum a todo o platonismo e aristotelismo cristão — em oposição a um realismo materialista — de que, em última instância, todo ente é formado segundo ideias divinas e que, por isso, não é “irracional”, mas intelectualmente perceptível (vide verdade). A expressão pode, sem dúvida, designar tentativas, mas insustentáveis, de conciliação entre o idealismo e o realismo ou, então, formas realistas, por assim dizer, ornamentais do idealismo epistemológico, como quando se declara, por exemplo, que o ideal é o real.
A par do sentido mais geral, o termo “realismo” é empregado principalmente em dois domínios parciais de nosso conhecimento: o conhecimento do mundo exterior e a validade dos conceitos universais. O realismo (2), como realismo do mundo exterior, opõe-se ao chamado idealismo acosmístico, que em geral nega o ser ao mundo corpóreo e ao fenomenalismo, na medida em que este nega a cognoscibilidade do mundo. E realismo ingênuo, quando no conhecimento do mundo exterior nenhum problema ainda é encarado e os dados sensoriais são tidos pura o simplesmente como reais; é realismo crítico, quando justifica a persuasão natural. Será preferível não equiparar estes dois realismos ao realismo imediato e ao mediato respectivamente. O realismo imediato (p. ex., Rehmke, Gredf) admite que na percepção sensorial (pelo menos, táctil) a realidade externa é “dada” imediatamente (objeto) e que, por conseguinte, o juízo sobre essa realidade repousa na evidência imediata. Consequentemente, é também atribuído, nos corpos, às qualidades sensíveis um ser igual ao conteúdo da sensação. A dificuldade precípua do realismo imediato é a explicação das ilusões dos sentidos que sem dúvida ocorrem. O realismo mediato admite que: o ser real das coisas não é dado imediatamente; nos dados sensoriais manifesta-se certamente — principalmente pela força irresistível com que se impõem — um ser independente da consciência e a percepção leva já de maneira puramente instintiva a exteriorizar ações que correspondem à realidade das coisas, mas o ser real não é contemplado de modo imediato nos dados sensoriais; mas sim pensado (com razão) juntamente com eles; esta “objetivarão” verifica-se primeiro instintivamente, mas consolida-se cada vez mais pela experiência das relações entre o homem e o mundo ambiente; compete à filosofia elevar à categoria de certeza científica, mediante a elaboração explícita de razões, a certeza natural implicada na dita “objetivação” espontânea; esta fundamentação filosófica do realismo é, por vezes, denominada “realização” (p. ex., em Kulpe). O realismo mediato não deve necessariamente admitir que todas as determinações dadas na imagem sensorial (inclusive as qualidades sensoriais) se encontram realizadas nas coisas pela mesma forma. — Se se nega a evidência racional do ser real das coisas, e se admite sua existência só à base de experiências volitivas ou sentimentais, temos o realismo volitivo, emocional ou irracional (defendido por Scheler e N. Hartmann).
O realismo relativo aos conceitos universais (3) opõe-se ao nominalismo que nega a existência dos mesmos e ao conceitualismo que os considera puras formas pensamentais. Contra tais opiniões, o realismo assevera que o conteúdo dos conceitos — a “quididade” pensada — se encontra realizada no ente. Um realismo mais avançado (realismo conceitual) opina que até o modo de existir das quididades reais (v. quididade) é igual ao modo como estas) são concebidas; assim como no conceito o universal é pensado liberto do individual, assim também existem algumas quididades universais (ou, pelo menos, não individuais), quer nas próprias coisas, quer separadas delas (vide platonismo). Pelo contrário, segundo o realismo moderado, o conteúdo do conceito existe, nos indivíduos, “de outra maneira”, isto é, não desligado das determinações constitutivas do indivíduo enquanto tal, mas realizado com estas na unidade concreta de um ente.
No domínio da filosofia prática, o realismo (4) exige a retidão ontológica da ação; declara, portanto, que as normas morais têm igualmente como fundamento último a ordem essencial do ser. E do mesmo modo que o bem, também o belo tem sua medida última nesta ordem. Com isso se pretende justificar aquele realismo (5) estético, segundo o qual a arte deve exprimir somente a realidade em seus traços essenciais, sem os “idealizar”. — De. Vries. [Brugger]
Três significações de realismo se destacam sob o aspecto filosófico:
1. realismo é o nome da atitude que se atém aos fatos tal como são, sem pretender sobrepor-lhes interpretações que os falseiem ou sem aspirar a violentá-los por intermédio dos próprios desejos. No primeiro caso, o realismo equivale a uma certa forma de positivismo, já que os fatos de que se fala aqui são concebidos como fatos positivos – diferentemente das imaginações, das teorias, etc. No segundo caso, temos uma atitude prática, uma norma ou conjunto de normas para a ação.
2. realismo designa uma das posições adotadas na questão dos universais, a que sustenta que os universais existem realmente ou que os universais são reais. O primeiro autor que adotou uma teoria realista dos universais foi Platão; o realismo tem sido, por isso, chamado por vezes com frequência realismo platônico. No entanto, a doutrina platônica é muito complexa e não pode identificar-se com uma posição realista simples e menos ainda com o realismo absoluto ou exagerado. Atribui-se a Aristóteles uma posição realista moderada que coincide em grande parte com o conceptualismo, mas aqui também deve ter-se em conta que se trata de uma simplificação e em boa medida de uma certa interpretação (a chamada aristotélico- tomista) da posição aristotélica. O realismo agostiniano tem muito de platônico, até ao ponto de ter sido qualificado com frequência de realismo platônico-agostiniano; a sua caraterística principal consiste em situar, por assim dizer, ou universais ou ideias na mente divina em vez de os considerar como existindo no mundo supra-celeste ou inteligível. Na idade média, houve atitudes muito diferentes face a este problema: Desde o realismo extremo, segundo o qual os universais não existem por si fora dos indivíduos nem fora da mente divina, antes existindo nos próprios indivíduos, fora de qualquer consideração mental deles, até um realismo moderado que admite que, pelo menos no seu aspecto lógico, o universal está só na mente ou, para o enunciar mais rigorosamente, não pode existir realmente fora da mente. Mas, em verdade, este existir na mente do universal verifica-se quando este é visto sob o aspecto da concepção da mente; como coisa concebida, em contrapartida, o universal existe realmente fora da mente e ainda nos próprios indivíduos, como já sustentava Aristóteles. Pode dizer-se, portanto, que o universal tem pelo menos fundamento na coisa sem o que não seria universal, nem haveria ciência possível, mas mera posição de algo ou simples imaginação.
3. O realismo designa uma posição adotada, conforme os casos, na teoria do conhecimento ou na metafísica. Em ambos os casos, este realismo opõe-se ao idealismo. A contraposição entre idealismo e realismo é própria da época moderna, no decurso da qual se manifestaram muito poderosas correntes do tipo idealista, como sucede em parte em Descartes, e de um modo bastante acentuado em Kant, e de um modo decidido nos autores do chamado idealismo alemão. O realismo gnoseológico confunde-se às vezes com o realismo metafísico, mas tal confusão não é necessária; com efeito, pode-se ser realismo gnoseológico e não o ser metafísico, ou vice versa. O realismo gnoseológico afirma que o conhecimento é possível sem necessidade de supor, como o fazem os idealistas, que a consciência impõe à realidade certos conceitos ou categorias a priori; o que importa no conhecimento é o dado e de maneira alguma o posto pela consciência ou pelo sujeito. O realismo metafísico afirma que as coisas existem fora e independentemente da consciência ou do sujeito. Como se vê, o realismo gnoseológico ocupa-se unicamente do modo de conhecer; o metafísico do modo de ser do real.
O realismo gnoseológico pode por sua vez ser concebido de duas maneiras: como realismo ingênuo ou natural, ou como realismo científico, empírico ou crítico. O realismo ingênuo supõe que o conhecimento é uma reprodução exata (uma cópia fotográfica) da realidade. O realismo científico, empírico ou crítico adverte que não pode simplesmente equiparar-se o compreendido como o verdadeiramente conhecido e que é preciso submeter o dado a exame e ver o que há no conhecer que não é mera reprodução.
Depois de ter sido combatido durante uma boa parte da época moderna, o realismo, tanto gnoseológico como metafísico, voltou a adquirir importância no pensamento contemporâneo. A maior parte dos filósofos desta época aderem, com efeito. explícita ou implicitamente, ao realismo. Isto acontece inclusivamente com os autores neokantianos (neokantismo), que transformam o seu idealismo crítico em posições muito próximas ao que chamamos realismo crítico. As escolas neo-escolásticas e neotomistas revalorizaram também o realismo, proclamando que não tiveram de passar, como os autores modernos, pelo erro idealista.
Ligadas a estas correntes realistas de diversos matizes há certas escolas que consideraram o realismo como a posição central. Estas escolas abundaram na Inglaterra e nos Estados Unidos da América.
Outros autores partiram de bases realistas para desembocar numa nova forma de idealismo: O idealismo fenomenológico de Husserl é o caso mais eminente. Ora, ligado ao desenvolvimento do realismo nas suas diversas formas houve (inclusivamente em autores realistas em princípio) uma forte tendência para levar a cabo o que se chamou uma superação do realismo e do idealismo, tanto no sentido gnoseológico como metafísico.
Estas correntes e outras análogas mostraram que não se resolve sempre por meio da afirmação de uma destas teorias com exclusão completa da outra ou por meio de uma posição simplesmente eclética, mas também pela indicação de que tal controvérsia se fundamenta no desconhecimento de que o realismo e o idealismo podem ser posições teóricas sobrepostas a uma descrição pura ou a um aprofundamento prévio das ideias de consciência, de sujeito, de existência, vida humana, etc. Deste modo se propõem novas concepções sobre o problema do mundo exterior e se tenta ir mais além do realismo e do idealismo. [Ferrater]
a) É a posição doutrinária que afirma a realidade, que apresenta tantas espécies quantas são as colocações desta, do nexo das coisas reais, do que se conexiona e da afirmação do maior grau de realidade.
O platonismo é realista porque afirma que a maior realidade é a das formas (ou ideias). O mundo das formas é o mundo real, pois neste, no mundo do fenômeno, que conhecemos através dos sentidos, o grau de realidade de alguma coisa é dado pelo que ela é, pois uma coisa, que não é isto ou aquilo, é nada. Ora, o que dá realidade às coisas é a formalidade delas, ou seja a imitação que elas realizam das formas, que são eternas. A realidade deste vaso é dada pela sua forma, pois se não a tivesse não teria tal realidade.
b) Na Idade Média chamou-se realismo uma das posições sobre a polêmica dos universais.
c) É a doutrina que afirma a realidade do ser extra-mentis, fora da nossa mente e também das nossas percepções.
d) Também é a doutrina que afirmando o ser extra-mentis, afirma que nossa mente e seus esquemas são incapazes de exaurir toda a realidade do ser em esquemas noéticos.
e) Na matemática é a concepção que afirma que as formas e verdades matemáticas não são criação do sábio, mas descobertas por ele.
f) Também é considerado a maneira de conceber concretamente as coisas em oposição a abstratismo.
g) Nas arte é a tendência a copiar, tanto quanto possível, o que há de belo na natureza.
h) Doutrina que afirma que, pelo conhecimento, há uma intuição direta da realidade. [MFSDIC]