Método escolástico de tratar um argumento a partir do séc. XII. O primeiro exemplo desse método está em Sic et Non de Abelardo, que é uma coletânea de opiniões (sententiae) de Padres da Igreja, dispostas por problemas, de tal maneira que as várias sentenças aparecem como respostas positivas ou negativas do problema proposto (daí o título sim e não). Na sua forma madura, o Q. é constituído pelas seguintes partes: 1) enunciado (ex.: Utrum deum esse sit perse notum); 2) relação das razões favoráveis à tese que será rejeitada pelo autor (Ad primum sic proceditur Videtur quod deumesse sit per se notum); 3) relação das razões favoráveis à tese oposta (Sed contra;…); 4) enunciação da solução escolhida pelo autor (Conclusio); 5) ilustração dessa solução; 6) refutação das teses aduzidas pela solução rejeitada, na ordem em que foram aduzidas (Adprimum ergo dicendum… Ad secundum…). A ordem em que as questões eram tratadas era fornecida por algum texto ao qual toda a coletânea servia de comentaria algum livro da Bíblia, alguma obra de Boécio ou de Aristóteles ou, mais frequentemente, as Sentenças de Pedro Lombardo. Quaestiones quodlibetales ou mais simplesmente Quodlibeta eram as coletâneas de questões que os aspirantes ao título em teologia deviam discutir duas vezes por ano (antes do Natal e antes da Páscoa) sobre qualquer tema, de quolibet. As quaestiones disputatae, ao contrário, eram resultado das diputationes ordinariae que os professores de teologia sustentavam durante seus cursos sobre os mais importantes problemas filosóficos e teológicos (cf. sobre esses assuntos, Martin Grabmann, Die Geschichte der scholastischen Methode, 1911, nova ed., 1956). [Abbagnano]