(in. Occultism; fr. Occultisme; al. Okkultismus; it. Ocultismo).
Crença em fenômenos que se julgam produzidos por forças ocultas ou crença na validade das ciências ocultas. Por ocultismo pode-se entender o conjunto de tais ciências: magia, astrologia, metapsíquica, teosofia, etc. [Abbagnano]
Do latim (occultum = oculto, escondido) é a ocupação profana, ou seja, não religiosa, com o que ainda não está explorado pela capacidade cognoscitiva do homem ou cujo acesso em geral lhe está vedado. Normal é o modo de conhecer sensitivo-racional, que por natureza compete a todo homem; seu resultado final é o esquema científico empírico–racional do mundo. Portanto, oculto é tudo quanto é conhecido de maneira não normal, mas profana, bem como também este mesmo modo de conhecer. A fé e a mística ocupam-se com o misterioso em atitude religiosa. Consoante seu desvio do normal, qualifica-se de oculto: 1. O insólito, quer seja o supranormal ou o anormal que se verifica unicamente em estados fora do comum, semelhantes ao sono (transe), ou o patológico, que saindo fora da ordem total de aptidões fica livre e se dirige a falsos objetos. Devem aqui incluir-se as operações incomuns do inconsciente no sono e no sonho, na hipnose e na histeria. 2. O extraordinário, que acontece sem ou contra as faculdades normais (oculto, em sentido estrito), quer na consciência (parapsicologia metapsíquica), quer fora da consciência (parafísica): p. ex., o conhecimento do que não está presente espacial ou temporalmente (segunda visão); a comunicação de estados interiores psíquicos sem exteriorização manifesta aos sentidos; os efeitos da vontade fora do próprio corpo sem intervenção cognoscível através do espaço, os chamados fenômenos a distância. Pertencem a esta categoria: a telepatia — (transferência a outrem de representações, afetos e atos da vontade, por mero querer interno; a telestesia, clarividência = visão direta de um objeto por ninguém conhecido (excluindo, portanto, a telepatia) sem uso de sentidos conhecidos; a telefísica = produção de movimentos (telecinesia), de sons, de formas materiais (materializações), impressões de rostos e de mãos, sem contato e, em geral, sem atividade exterior. 3. O extra-natural, cuja causalidade parece provir, não de homens vivos, mas de entes incorpóreos (almas de defuntos) ou de outros seres puramente espirituais (espíritos, inteligências). Pertencem a este grupo os fenômenos e aparições de “fantasmas e “espectros”.
Apreciação crítica: Grupo 1: a explicação destes processos como puros desvios do normal está em curso e certamente acabará por alcançar o fim que se propõe. Grupo 2: As operações a distância procedem, sem dúvida, de homens vivos, especialmente dotados para isso (médiuns); faltam, porém, teorias que expliquem de modo satisfatório a maneira como elas são efetuadas; radiações desconhecidas do sistema nervoso, ação direta de alma para alma sem cooperação do corpo na telepatia, superação do espaço e do tempo na clarividência: tudo isto ainda nos é quase totalmente desconhecido, oculto. Contudo, como as operações a distância são reiteráveis sob determinadas condições, elas, em oposição ao milagre, remetem para leis naturais que por ora desconhecemos. A respeito do grupo 3, Espiritismo. — Frank. [Brugger]