(in. Occult; fr. Occulte; al. Okkult; it. Occultó).
O que se escapa à visão e só pode ser descoberto por quem tem uma segunda visão, no sentido de ser iniciado numa forma superior de saber. Neste sentido ciência oculta é, em primeiro lugar, a magia: Cornélio Agripa, em De occulta philosophia (1510), incluía na magia todas as ciências possíveis. Mas hoje também se chama de ciências oculto a teosofia, a parapsicologia, etc, seja por lidarem com fenômenos considerados manifestações de forças oculto seja porque se ache que o estudo de tais fenômenos deve ser reservado a quem se iniciou numa ordem superior de conhecimentos esotéricos. A partir do séc. XVII começou-se a chamar de qualidades oculto as causas formais e finais do aristotelismo e da escolástica, pretendendo-se ressaltar com essa expressão que recorrer a tais causas equivalia a recorrer a fatores mais desconhecidos que os próprios fenômenos, incapazes, portanto, de explicá-los. “Os aristotélicos” — dizia Newton — “não deram o nome de qualidades oculto às qualidades manifestadas, mas às qualidades que supunham estar nos corpos como causas desconhecidas de efeitos manifestados” (Opticks, 1704, III, 1, q. 31). (Abbagnano)
De acordo como Oxford Dictionary, o termo “oculto” foi usado pela primeira vez em 1545, com o significado de “o que não é apreendido ou apreensível pela mente; além do alcance da compreensão ou do conhecimento comum”. Quase um século depois, em 1633, a palavra recebeu um significado adicional, ou seja, o estudo de “assuntos considerados científicos na antiguidade e na Idade Média e que envolviam o conhecimento ou uso de expedientes de natureza secreta ou misteriosa (como mágica, alquimia, astrologia, teosofia)”. Uma definição mais abrangente do “oculto”, correspondente ao uso contemporâneo do termo, foi dada por Edward A. Tiryakian, em seu ensaio bastante interessante “Toward the Sociology of Esoteric Cultue”. Tiryakian escreve que, por oculto, eu entendo práticas, técnicas e procedimentos intencionais que: a) fazem uso de poderes secretos ou desconhecidos da natureza ou do cosmos, poderes esses incomensuráveis ou irreconhecíveis pelos instrumentos das ciências modernas, e b) que buscam resultados empíricos, tais como o conhecimento da sucessão dos acontecimentos ou a alteração de seu curso normal… Para se ir mais longe, na medida em que a pessoa que pratica a atividade oculta é alguém que adquiriu conhecimento e habilidades necessárias a tais práticas e, na medida em que tais práticas e habilidades são aprendidas e transmitidas de maneira social (embora não abertas ao grande público), de modo organizado, ritualizado, podemos chamar essas práticas de ciências ou artes ocultas. (Eliade)