A tese do hilemorfismo da substância animada permitiu-nos, afastando por completo um materialismo insustentável, salvaguardar a unidade do vivente comprometida pelo dualismo platônico. Mas como, neste sistema, é ainda possível reconhecer à alma uma atividade motora sobre o corpo?
É antes de tudo claro que não se pode tratar de uma moção propriamente eficiente: é o vivente todo inteiro que, enquanto composto, exerce uma ação desta ordem; a alma pode, então, ser considerada à parte só enquanto princípio formal, ou princípio quo. Na realidade, como a forma exerce na atividade dos corpos compostos o papel de fim, será a título de causa final que a alma exerce, por primeiro, sua influência sobre as operações vitais. Assim, no homem, todo o psiquismo inferior, ao mesmo tempo que a atividade intelectiva, encontrar-se-á ordenado à alma espiritual. [Gardeil]