gunas

Notions philosophiques

Sânscrito, substantivo masculino: qualidade, atributo

Excertos de “Les Notions philosophiques”. PUF, 1990.

Na ontologia do Samkhya, os guna se apresentam como as qualidades ou atributos característicos da Natureza primordial [prakriti], dos princípios [tattva] que dela derivam e das coisas concretas formadas pela combinação destes princípios. Só o Espírito [purusha] disto é isento. Os guna vão sempre em três e cada um deles não pode ser compreendido isoladamente. O termo guna significa originalmente “fio” e cada fragmento da realidade pode ser considerado como uma “trama” onde estes fios estão ligados juntos. Os três guna são o sattva [lit.: : aquilo que tem o caráter de ser”], o rajas [lit.: “poeira”], o tamas [lit.: “trevas”]. A origem distante da teoria das qualidade ou atributos da Natureza devem ser sem dúvida buscada nas antiga tripartição védica do cosmos: céuespaço intermediário — terra. Nesta cosmologia o céu representa — e atrai para ele — tudo que é leve, quente, luminoso. Ora, o sattva é um princípio de leveza e de luminosidade. Ao contrário, a terra representa o pólo do pesado, do frio e do obscuro. Entre os dois se estende a zona atmosférica caracterizada pelo equilíbrio instável das qualidades contrárias [leve-pesado, etc.]. A luz do sol aí está frequentemente velada pela nuvens, os polens flutuantes no ar ou a poeira levantada pelo vento. É o domínio do rajas.

René Guénon:

François Chenique