ENSAIOS, obra de Michel de Montaigne publicada de 1580 a 1588. É a obra de um homem de cinquenta anos, que volta de uma longa viagem pela Europa (1580) e, preocupado em saber se viveu bem, faz uma espécie de inventário de si próprio: auto-análise conduzida ao acaso, não para “demonstrar”, mas pelo “prazer de compreender” e que lhe revela pouco a pouco as contradições de sua própria natureza. A essas juntam-se também as contradições profundas dos preceitos morais ensinados por seus mestres e suas leituras, dos costumes de todos os países que atravessou. Conclui então com ceticismo, formulado em sua célebre divisa: “Que sei eu?” Longe de conduzi-lo à desconfiança em relação ao homem, essa atitude de dúvida desemboca numa benevolência universal e numa arte -de viver baseadas na compreensão de nossas fraquezas. Qual será o balanço desses indolentes Ensaios? Ao menos, pintando-se, Montaigne aprendeu a “conhecer-se a si próprio”, segundo o preceito socrático e, através dele, a “condição humana”. [Larousse]