Brahman

DIVINOBRAHMA — BRAHMAN

VIDE: mana

No vedismo a noção de brahman é central, mas também em todas as formas ulteriores da religião e do pensamento indianos que declaram ser do Veda sua inspiração e sua legitimidade. O termo é extraordinariamente polissêmico, o que impede uma tradução única, embora “enigma sagrado” possa indicar algo de sua significação. Nos hinos védicos significava: “mistérios”, “enigmas”, “fórmula sagrada”, “enunciado carregado de força sobrenatural”, geralmente afirmado no plural. O brahman singular [BRAHMANa] refere-se a um tipo de princípio universal, origem, substrato eterno e existindo por si mesmo de tudo que advém ao mundo; prefiguração do brahman dos Upanixades para o qual a tradução geralmente adotada é Absoluto. Este termo veio a significar com o tempo as energias fundamentais, as grande conexões do cosmos e do rito. [Resumo de entrada em “Les Notions philosophiques”. PUF, 1990.]

Pierre Gordon

Na Índia, a noção de BRAHMAN é difícil de precisar. É essencialmente a força subjacente da qual é animado tudo aquilo que possui um poder eficaz. O BRAHMAN dos Vedas é a fórmula sagrada, a encantação, a oração, ao mesmo tempo que a energia ultrafísica que religa os deuses aos homens. O BRAHMAN [energia] está além do mais à disposição do BRAHMAN [homem], o qual é o único que sabe empregá-la, e, por esta ciência, se identifica a ele. Unimos aqui as visões mais elevadas sobre o poder do homem-super-homem. [Pierre Gordon: A imagem do mundo na antiguidade]

Eliot Deutsch

Site «Contemplatio»

Henri le Saux


Há um princípio de total simplicidade onipresente na natureza. Os sábios o percebem como silêncio divino.

Brahman, o Um, é um estado de ser. Não é um “Ele”, um ser pessoal; tampouco é um “Isso”, um conceito impessoal. Brahman é o estado em que todas as distinções entre sujeito e objeto são obliteradas. Brahman é, em última análise, um nome para a experiência da plenitude atemporal do ser. ((O termo “Brahman” aparece pela primeira vez no Veda (cerca de 1200 a.C.) em estreita conexão com várias declarações sagradas que se acreditava terem um poder mágico especial. Assim, o termo pode ter significado “feitiço” ou “oração”; uma expressão que era usada para a realização mágica de desejos mundanos e outros desejos mundanos. Mais tarde, nos Brahmanas, Brahman passa a significar aquilo que está por trás dos deuses como seu fundamento e fonte e, no geral, torna-se o princípio unitário de todo o ser, cujo conhecimento libera a pessoa da finitude).

(DeutschAdvaita)