Árvore da Vida

[wiki base=”fr”]Armand Abecassis[/wiki]: BÍBLIA ABERTA

Abécassis — Em seguida o texto nos fala de uma segunda árvore denominada a “Árvore de Vida”. Uma nota se impões à leitura do que é dito a seu respeito em relação à Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Com efeito, uma interdição é formulada sobre esta. Não se deve dela comer. O texto adiciona que podemos comer de todas as outras árvores. Ora a Árvore de Vida faz parte destas últimas. Podemos consequentemente comer de seu fruto.

JE — Deve-se com efeito observar que a interdição não recai senão sobre a Árvore do Conhecimento. Enquanto Adão não está mergulhado no mundo da confusão e da mistura, sua vida não é limitada. Poderia viver eternamente. Não sofreria qualquer agressão. Não está em presa de qualquer destruição. É somente quando Adão teria comido da Árvore do Conhecimento que lhe acarretará impossível comer da Árvore de Vida.

Abécassis — E a Árvore de Vida espiritual como da vida de todos os dias, da vida autêntica em cada uma de suas manifestações e de suas expressões enfim, nos é permitida e mesmo aconselhada. Pois a vida à qual aspiramos é aquela da unidade que supera as dualidades e as contradições, uma vida na qual estaríamos instalados em uma espécie de acima do bem e do mal, do verdadeiro e do falso, uma vida acima e fora disto que chamamos a história. As duas árvores representam, para nossos místicos, estas duas vias, estas duas formas de vida.


Julius Evola: TRADIÇÃO HERMÉTICA

No Irão voltamos a encontrar a tradição de uma árvore dupla, uma das quais contém, segundo o Bundahesh, todas as sementes, enquanto a outra é capaz de proporcionar a bebida da imortalidade (haoma) e a ciência espiritual; o que nos leva a pensar imediatamente nas duas árvores bíblicas do Paraíso, uma da Vida e outra, precisamente, da Ciência. A primeira converte-se depois em Mateus (XIII, 31-32) na figura do reino dos céus, que surge da semente lançada pelo homem no seu simbólico «campo»; encontramo-la mais tarde no Apocalipse de João (XXII, 2) e sobretudo na Cabala, como «a grande e potente Árvore da Vida», donde nos «chega a Vida desde o alto» e com a qual se relaciona uma «orvalhada» em virtude da qual se produz a ressurreição dos «mortos»: equivalência evidente com a força da imortalidade do amria védico e do haoma iraniano.


 

A partir de certas comparações que podem ser estabelecidas entre o simbolismo bíblico e apocalíptico e o simbolismo hindu, resulta de forma muito clara que a essência da “Árvore da Vida” é, na verdade, o “indivisível”. (Guénon)


Se nos reportarmos ao simbolismo bíblico do Paraíso Terrestre, a única diferença notável que se constata entre a Árvore da Vida e o Haoma, é a imortalidade ser dada, não por um licor tirado da “Árvore da Vida”, mas pelo seu próprio fruto. Trata-se nesse caso, portanto, de um “alimento de imortalidade”, ao invés de uma bebida. Mas, de qualquer forma, é sempre um produto da árvore ou da planta, e um produto no qual se encontra concentrada a seiva que, de certo modo, é a própria “essência” do vegetal. É também notável por outro lado que, de todo simbolismo vegetal do Paraíso Terrestre, a “Árvore da Vida” seja a única que subsista com esse caráter na descrição da Jerusalém Celeste, onde todo simbolismo restante é mineral. (v. Árvore do Apocalipse) (Guénon)


No símbolo da ÁRVORE DE VIDA (árvore sefirótica), que representa o conjunto dos atributos divinos, as duas “colunas” laterais são respectivamente a Misericórdia e a Justiça; no topo da “coluna do meio”, que domina as duas “colunas” laterais, está a “Coroa” (keter); a posição análoga da coroa de Jano em nossa figura em “Jano e Cristo”, em relação à chave e ao cetro, parece-nos propiciar um paralelo que justifica que seria o poder principal, único e total, simbolizado pela coroa e acima ainda pelo monograma IHS; poder principal, do qual procedem os dois aspectos designados pelos dois outros emblemas na figura. (Guénon)

 


VIDE: ÁRVORES DO PARAÍSO


René Guénon: ÁRVORE DO MEIO

Hemos visto hace un momento que un árbol que ostenta una forma ternaria, como elárbol sefirótico”, puede sintetizar en él, en cierto modo, las naturalezas del “Árbol de la Vida” y del “Árbol de la Ciencia“, como si éstos se encontraran reunidos en uno solo, puesto que aquí el ternario es descomponible en la unidad y la dualidad de las cuales es la suma1. En lugar de un árbol único, se puede tener también, con la misma significación, un conjunto de tres árboles unidos por sus raíces, donde el del medio es elÁrbol de la Vida“, y donde los otros dos corresponden a la dualidad del “Árbol de la Ciencia“. Se encuentra algo comparable en la figuración de la cruz de Cristo entre otras dos cruces, las del buen y del mal ladrón: éstos están colocados respectivamente a la derecha y a la izquierda de Cristo crucificado como los elegidos y los condenados estarán a la derecha y a la izquierda de Cristo triunfante en elJuicio final”; y, al mismo tiempo que representan evidentemente el bien y el mal, corresponden también, en relación a Cristo, a la “Misericordia” y al “Rigor”, los atributos característicos de las dos columnas laterales del “árbol sefirótico“. La cruz de Cristo ocupa siempre el lugar central que pertenece propiamente al “Árbol de la Vida“; y, cuando está colocada entre el sol y la luna, como se ve en la mayoría de las antiguas figuraciones, es todavía la misma cosa: ella es entonces verdaderamente elEje del Mundo2 .


Mario Satz

Podemos observar que o Apocalipse não menciona a ÁRVORE DO BEM E DO MAL mas sim a Árvore da Vida. “No meio da praça da cidade e às duas margens do rio, estava a Árvore da vida, que produz doze frutos, dando cada mês um fruto, servindo as folhas da árvore para curar as nações”, Apocalipse 22,2; Árvore cujos doze frutos significam várias coisas ao mesmo tempo: as tribos, os apóstolos, as horas e também a palavra hebraica bí, “em mim”, que tem no doze seu valor numérico. Em termos cabalísticos, a Árvore da Vida é tanto a Torá, o Ensinamento, como a Árvore Sefirótica com suas dez Sephiroth e vinte e duas letras. Trata-se, então, de um alimento que há “em mim”, fora do tempo, em sua periferia de “cada mês”, porém, ao mesmo tempo, no centro de toda cronologia, circulando pelas veias e artérias, visto que, como diz o Livro da Claridade ou Bahir, “Os justos e piedosos em Israel se alimentam de seu coração e o coração os alimenta”.

René de Tryon-Montalembert e Kurt Hruby: COLUNAS DA ÁRVORE DA VIDA


  1. En un pasaje de la Astrée de Honoré d’Urfé, se trata de un árbol de tres troncos, según una tradición que parece ser de origen druídico.  

  2. Este identificación de la cruz con elEje del Mundo” se encuentra enunciada expresamente en la divisa de los cartujos: “Stat Crux dum volvitur orbis”.- Cf. el símbolo del “globo del mundo”, donde la cruz, coronando el polo, tiene igualmente el lugar del eje ( ver EL ESOTERISMO DE DANTE, cap. VIII ).