(in. Logicism; fr. Logicisme; al. Logicismus; it. Logicismó).
Com este nome costuma-se designar uma corrente de pensamento lógico-matemático que floresceu no fim do séc. XIX e no início do séc. XX, e cujos principais representantes foram R. Dedekind, G. Frege e B. Russell; no séc. XX, teve muitos seguidores, sobretudo (mas não exclusivamente) no denominado “Círculo de Viena” (Carnap). Os pensadores dessa corrente sustentam que a matemática (pura) é um ramo da lógica, ou seja, que todas as proposições das matemáticas puras (particularmente da aritmética, portanto da análise) só podem ser enunciadas com o vocabulário e a sintaxe da lógica matemática, que assim se torna a disciplina matemática por excelência. Com esta convicção, Dedekind, Frege e Russell realizaram suas famosas análises do conceito de “número” (inteiro), exatamente para defini-lo apenas através de noções (símbolos) da lógica matemática. Ao logicismo opõem-se o formalismo e o intuicionismo. [Abbagnano]
O termo “logicismo” (e também logismo) faz alusão a logos ou a lógica. Logicismo (1) significa que todas as coisas são momentos do auto-desdobramento do logos ou graus da evolução em ordem ao logos = panlogismo. Contra o logicismo militam os mesmos argumentos que contra o panteísmo. Em relação à lógica, logicismo designa, na epistemologia, ou (2) a doutrina de que o lógico forma uma esfera independente a par do real e do psíquico = transcendentalismo lógico (Objeto), ou (3) a doutrina que deriva do pensamento formal da consciência todo conteúdo de conhecimento (p. ex., Cohen). Em psicologia, logicismo (4) é aquela concepção que procura reduzir a atos de pensamento funções psíquicas independentes, p. ex., os atos da vontade ou os sentimentos. — A filosofia de Hegel, frequentemente caracterizada como logicismo, só o é no sentido (1), não no sentido (3). — Brugger.