É razoável atribuir à Inteligência as quatro virtudes clássicas (prudência, coragem, temperança, justiça), que Plotino denomina políticas, talvez melhor traduzidas por sociais? A razão desta questão é provavelmente que estas virtudes supõem uma confrontação com uma oposição de fora. O problema é resolvido comparando as virtudes que estão na Alma do Mundo ao fogo que aquece e aquelas que estão em nós ao que é aquecido ([Enéada I, 2, 1->Eneada-I-2-1]; [Enéada I, 2, 3->Eneada-I-2-3]; [Enéada I, 2, 6->Eneada-I-2-6]; [Enéada I, 2, 7->Eneada-I-2-7]).
Os neoplatonistas distinguem deferentes níveis de virtude. A virtude meramente natural depende da mistura de quente, frio, úmido e seco no corpo. O nível mais inferior das virtudes, as virtudes cívicas, está conectado com a metriopatheia (a moderação das emoções); o nível acima, virtude purificada, é descrita por Plotino acima, com apatheia ou liberdade da emoção. A República de Platão é explicitamente sobre a virtude cívica (demotike na República VI; politike na República IV).
Porfírio distingue quatro níveis de virtude, cívica (politikai), purificatória (kathartikai), contemplativa (theoretikai) e paradigmática (paradeigmatikai) em Sentenças 32. Olimpiodoro insere virtudes de caráter (ethike) produzidas pela habituação diante das virtudes cívicas, com base em que não são racionais.
Considerava-se que o Gorgias e o Fédon eram parte do curriculum com base no fato que tratavam das virtudes cívicas e purificatórias. As quatro virtudes cardeais tratadas na República (prudência, coragem, temperança e justiça) são reconhecidas pelos autores neoplatônicos em diferentes níveis, embora só sejam consideradas ao nível de virtudes cívicas nos escritos de Platão. [Sorabji]