Acima dos seres dotados apenas de vida vegetativa, encontramos seres vivos que possuem, a mais, uma atividade sensitiva. Esta tem seu princípio em uma alma particular, alma sensitiva, que se relaciona, de maneira imediata, a três gêneros de faculdades: conhecimento sensível, apetite sensível e potência motora, das quais consideraremos as manifestações vitais.
O conhecimento sensível é o que resulta da ação dos objetos materiais sobre os sentidos. Tomás de Aquino, depois de Aristóteles, distingue, neste domínio, dois conjuntos de potências: os sentidos externos e os sentidos internos. Os sentidos externos são imediatamente afetados pelos objetos sensíveis, que, para serem percebidos, devem estar presentes. Os sentidos internos recebem seu conhecimento apenas por intermédio dos sentidos externos; conservam os objetos e podem por isso reproduzi-los mesmo quando não há mais sensação. Exterioridade e interioridade, é preciso notar, não são aqui relativas à situação dos órgãos dos sentidos: pode mesmo acontecer que haja sentidos externos dentro do corpo, como o tacto que, para Aristóteles está no interior da carne.
Acontece, às vezes, que o estudo dos sentidos é precedido de generalidades metafísicas sobre o conhecimento. Tais considerações, parece-nos, serão melhores colocadas no capítulo consagrado à vida intelectiva onde encontram plena aplicação. Entraremos, pois, diretamente na matéria pela análise da sensação.
VIDE:
potências sensíveis
conhecimento sensível
species
passividade e atividade dos sentidos
problema da sensação
sentidos externos
faculdade motora
apetite sensível
potências afetivas
afetividade sensível
memória sensível
estimativa e cogitativa
imaginação
sensus communis
sentidos internos
teoria aristotélica da visão [Gardeil]