(in. Presupposition; fr. Presupposition; al. Voraussetzung; it. Presupposto).
1. Premissa não declarada de um raciocínio, utilizada no decorrer de um raciocínio, mas que não foi previamente enunciada, não havendo, pois, um compromisso definitivo em relação a ela. Diferentemente da premissa, do postulado, da hipótese, etc, o pressuposto é introduzido sub-repticiamente no decorrer de um raciocínio, limitando ou dirigindo-o de maneira dissimulada ou oculta. Pode ser também definido como regra sub-reptícia de inferência. Portanto, o princípio da eliminação dos pressupostos é fundamental para todos os campos da investigação no mundo moderno. A expressão “eliminação dos pressupostos” (al. Voraussetzungslosigkeit) parece ter sido cunhada apenas por Fr. Strauss (Leben Jesu, 1836, p. IX), mas a exigência que ela encerra está na origem da ciência moderna (que com Galileu procurou livrar-se dos pressupostos metafísicos) e da filosofia moderna (que com Bacon e Descartes afirmou a exigência de uma investigação radical, fundada apenas em premissas declaradas). A eliminação dos pressuposto também tem o fim de evitar que, em certo campo de investigações, atuem crenças pertencentes a campos diferentes que limitem a investigação de modo não controlável. Husserl fez uso mais restrito e técnico do princípio da eliminação dos pressupostos, lançando mão dele para delimitar a esfera fenomenológica (Logiscbe Untersuchungen — Investigações Lógicas —, II, Intr., § 7).
2. O mesmo que premissa, postulado ou hipótese. Este segundo significado pode levar a confusões. [Abbagnanno]