Patristic literature owes the introduction of the term “economy” to Paul’s Epistles, in which we find oikonomia [οἰϰονομία] used to designate the economy of the Pleroma, or the divinity taken in the plenitude of its perfection ( Eph 1:10 ), the economy of grace ( 3:2 ), and the economy of mystery ( 3:9 ). In the Epistle to the Colossians ( 1:25 ), Paul speaks of the economy of God ( oikonomia theou [οἰϰονομία θεοῦ] ). In modern French translations, the word is never rendered literally; instead we sometimes find accomplissement, sometimes plan, dessein, or réalisation ( RT: Traduction oecuménique de la Bible ). The person entrusted with this accomplishment is the diakonos [διάϰονος] or oikonomos [οἰϰονόμος], translated by intendant or ministre, the Vulgate having opted for actor. For Paul, it is a matter of borrowing from the Greek language a term that up to that point designated the management and administration of goods and services in domestic life and of importing the model of the private economy into the public economy, into the life of the city. That is in fact the sense in which both Xenophon and Aristotle use the word oikonomia.
Before them, Hesiod dealt in his Works and Days with the familial economy in a rather poetic way. In the Republic ( 4 and 5 ) and in the Laws ( 4 and 8 ), Plato used oikonomia to construct philosophically a figure of administration in the ideal city. The Platonic economy is the science of the management of goods and persons in a state led by a sage endowed with temperance ( sôphrosunê [σωφϱοσύνη] ) and justice ( dikaiosunê [διϰαιοσύνη] ). Access to these cardinal virtues passes through education and requires the exercise of dialectic conceived as the art of dialogue that leads to knowledge. The legislating faculty is nothing other than the logos [λόγος], that is, discursive rationality.
The objective of Xenophon and Aristotle is entirely different. Both of them deal with practical problems connected with the everyday reality of the family and the city and do not venture into literary or utopian terrain. As a result, in both thinkers oikonomia becomes a crucial notion in the sense that it determines the site of a confrontation between political realism and justice. In The Economist, Xenophon analyzes all the elements of the management of wealth and goods in the context of the family farm.
SOCRATES: Tell me, Kritoboulos, is economy [οἰϰονομία] the name of a certain kind of knowledge [ἐπιστήμης], like medicine, the art of forging or carpentry . . . ? Could we say, then, that it is a task [ἔϱγον] of economy?
KRITOBOULOS: It seems to me that it is the task of a good economist [οἰϰονόμου] to administer his household well.
SOCRATES: And someone else’s household, if it is entrusted to him—couldn’t he administer it as he does his own? A competent carpenter [τέκτων] could work for another person as he does for himself. Thus someone who is familiar with economics [οἰϰονομιϰός] will have the same ability. . . . Hence a person who knows this art [τὴν ταύτην τέχνην ἐπισταμένῳ], even if he has no property of his own, can earn a salary by administering another person’s household [οἰϰονομοῦντα] as he would by building it.
( Xenophon, The Economist, 1.1–4 )
As Leo Strauss puts it, “the administrator of an estate may be good or bad at management. But the economist ( oikonomikos ), that is, a person who has mastered the art of administering his estate, is ipso facto a good manager” ( Xenophon’s Socratic Discourse ). In the debate between Socrates and Kritoboulos in Xenophon’s work, the concept of oikonomia is in fact inhabited by the inevitable tension between the calculus of optimization and ethical requirements, an art of acquisition without war coupled with a providential conception of nature. In the rest of the debate, Socrates discusses further the management of wealth and the correct measures to take in order to ensure the prosperity of households and of the city.
In Aristotle’s Economica ( Oikonomikos ), things become clearer: neither providence nor utopia is at issue, but rather a detailed consideration of actual practices and their results. In the private domain, Aristotle remains quite close to Xenophon, but when he moves to the public domain, economic concern is inseparable from political concern. Oikonomikos no longer designates a person but rather a mode of rationalized relations of the real that is closer to a judgment of ( dialectical ) probability than to a metaphysical concern. The function of judgment is entrusted to the proper usage of the doxa [δόξα]. The analysis of tricks thus finds its place here. Economics is a practice, both strategic and tactical, in the service of power and the accumulation of wealth. Its means are judged by their results. [CassinDU]
OIKONOMIA — ECONOMIA
E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação (oikonomia me é confiada. (1Co 9:17)
De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação (oikonomia) da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; (Ef 1:10)
Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; (Ef 3:2)
E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; (Ef 3:9)
Da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus; (Col 1:25)
Nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação (oikonomia) de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora. (1Ti 1:4)
ECONOMIA (oikonomia): se entiende sustancialmente como el complejo misterio de las divinas disposiciones de la Providencia, relativas a la salvación y a su total desarrollo en la obra de la encarnación -redención, en Cristo.
FILOSOFIA
Marie-José Mondzain
Oikonomia não aparece nem em Homero, nem em Hesíodo, nem em Heródoto, nem em Tucídides, nem nos poetas líricos ou trágicos. O substantivo aparece pela primeira vez em Xenofonte onde é objeto de um tratado, assim como depois em Aristóteles. O discurso econômico em ambos é um logos que atribui seu estatuto epistêmico e sua finalidade à meditação sobre a administração e a gestão da vida doméstica. Nos dois casos, trata-se de meditar a maneira ao mesmo tempo filosófica e prática de gestão da riqueza privada, e em particular no domínio rural, estendendo-se com o tempo à administração de bens e serviços no domínio público. Nos autores clássicos o discurso econômico é inseparável de uma reflexão sobre o lucro e a utilidade, visando assim a questão da otimização.
Em Hipócrates ganha a conotação de uma reflexão sobre as disposições a tomar a cerca do doente. Em Políbio designa a administração política e até a marcha ou evolução dos eventos, enquanto em Dionísio do Helicarso trata-se da organização do conjunto de uma obra literária. O substantivo é mais recente que o verbo que já se usava em Sófocles, no Electra, onde se refere a tarefa da atividade servil de um intendente em um palácio. Esta tonalidade pejorativa já se sentia em Platão, onde Sócrates descreve para Fedro a gestão mesquinha e mortal do amor por aquele que não ama.
O campo semântico é, portanto, desde o início, na língua grega, tanto ligado aos bens materiais quanto aos bens simbólicos, aos quais agrega-se a ideia de serviço. Na patrística vai se tratar da economia infinitamente sagrada, que desde a encarnação, veio se inscrever em contraponto à teologia. Este contraponto serviu de fundamento a dois dispositivos: a economia trinitária e a economia cristológica. Resultante da conceitualização de toda relação de ordem unitária na pluralidade das partes ou das funções, torna-se naturalmente o princípio de toda relação de ordem unitária na pluralidade das partes ou das funções.
Desde Paulo Apóstolo, a economia designa não apenas a Segunda Pessoa da Trindade, mas o conjunto do plano redentor da concepção virginal até a Ressurreição, passando pela vida evangélica e a Paixão. A noção de plano divino com o objetivo de administrar e de gerir a criação caída, e assim de salvá-la, torna a economia solidária da totalidade da criação desde a origem dos tempos. A economia é deste modo tanto a Natureza quanto a Providência.
Englobando em sua totalidade a estratégia e a tática necessárias à gestão de uma situação histórica real, a economia não tarda a encontrar sua vocação clássica: se o conceito da gestão e da administração das realidades temporais, quer sejam espirituais, intelectuais ou materiais.
CRISTOLOGIA
Vladimir Lossky: Teologia Mística da Igreja do Oriente
El pensamiento de los padres veía en la teología propiamente dicha las enseñanzas sobre el ser divino en sí, sobre la Santísima Trinidad; mientras que las manifestaciones exteriores de Dios, la Trinidad conocida en sus relaciones con el ser creado, entraban en el terreno de la «economía».
Francesco Trisoglio
Cristo en los Padres de la Iglesia (Herder)
Debido al sentido etimológico y clásico de administración de la casa y, por extensión, de cuidado, proveimiento, disposición, el vocablo asume en san Pablo (Ef 1,10; 3, 2, 9; Col 1, 25; lTim 1, 4) una traslación espiritual referida al plan de la salvación. El apóstol pensaba en la disposición salvífica que Dios se había propuesto llevar a término en la plenitud de los tiempos, proyecto que constituía la actuación ¿el misterio escondido en Dios antes de los tiempos (Rom 16, 25-26; ICor 2,7-10). La realización de este plan aconteció con la encarnación del Verbo en María y en su obra de renovación de la humanidad mediante su acción redentora completa. De aquí, el término pasó a designar el conjunto del misterio de la redención y, así como éste ha tenido su plena manifestación en el Nuevo Testamento, indicó también a este Testamento en contraposición al Antiguo.
GURDJIEFF
Maurice Nicoll
Por mayordomo (el, mayor de la casa) hemos de entender a quien ha llegado a cierto punto de responsabilidad mental, a cierto desarrollo en el entendimiento.
La traducción que conocemos, ‘mayordomo infiel’ o ‘mayordomo malo’, está mal. En ninguna parte de la versión original griega se le llama así. Después de su acción se le denomina ‘oikomonos tes adikias’ y esto significa mayordomo de lo que no es cierto; y en el versículo siguiente, la frase es: mamona tes adikias, mammón de lo que es no cierto. Se ha convertido en mayordomo del mundo, que no es el verdadero, y se le llama fiel en lo muy poco, o en las malas riquezas. Y Jesús dice que si uno no aprende a ser fiel en lo muy poco, no podrá serlo en lo demás, en las verdaderas riquezas.
GNOSTICISMO
Antonio Orbe
O ecônomo ou servo (gr. doulos) fiel responde, no NT, às dignidades do AT. Nele descansam os carismas de Deus. Depositário oficial da verdade e sucessor dos apóstolos no governo da Igreja, deve resplandecer por uma vida sem ofensa, por uma pureza incorruptível de doutrina.
Irineu lê “ator” onde os demais, antes e depois da Vulgata, leem “dispensador”. Embora responde melhor ao grego epitropos.
O ecônomo (“ator”) ou servo, na mente do Salvador representa a um sucessor dos apóstolos, indivíduo “qualificado”, de nível “presbiteral”. E não um particular.
O “amo” é o Salvador que pode vir — em sua segunda vinda — quando menos se pensa, na parábola Bom e Mau Servo. Irineu considera, nesta parábola, a teofania do Filho do homem sobre as nuvens do céu, jamais a aparição por conta da morte do indivíduo.