(gr. mneme; lat. memoria; in. Memory; fr. Mémoire, al. Gedächtnis; it. Memória).
Possibilidade de dispor dos conhecimentos passados. Por conhecimentos passados é preciso entender os conhecimentos que, de qualquer modo, já estiveram disponíveis, e não já simplesmente conhecimentos do passado. O conhecimento do passado também pode ter formação nova: p. ex., dispomos agora de informações acerca do passado de nosso planeta ou de nosso universo que não são recordações. Conhecimento passado também não é simplesmente marca, vestígio, pois estas são coisas presentes, não passadas. A tristeza ou a imperfeição física causadas por um acidente não são a memória desse acidente, apesar de serem vestígios dele, ao passo que a recordação pode estar disponível e pronta, sem precisar da ajuda de nenhum vestígio, como no caso da fórmula para o matemático e, em geral, das lembranças decorrentes da formação ou de hábitos profissionais.
A memória parece ser constituída por duas condições ou momentos distintos: 1) conservação ou persistência de conhecimentos passados que, por serem passados, não estão mais à vista: é a retentiva; 2) possibilidade de evocar, quando necessário, o conhecimento passado e de torná-lo atual ou presente: é propriamente a recordação. Esses dois momentos já foram distinguidos por Platão, que os chamou respectivamente de “conservação de sensações” e “reminiscência” (Fil., 34 a-c), e por Aristóteles, que utiliza esses mesmos termos. Aristóteles também propõe claramente o problema decorrente da conservação da representação como marca (impressão) de um conhecimento passado: “Se em nós permanecer algo semelhante a uma marca ou a uma pintura, como pode a percepção dessa marca ser memória de alguma outra coisa e não apenas de si? De fato, quem lembra vê apenas a marca e só dela tem sensação; como pode então lembrar o que não está presente?” (De Mem., 1, 450 b 17). A resposta de Aristóteles a essa questão é que a marca na alma é como um quadro que pode ser considerado por si ou pelo objeto que representa. E diz: “Assim como um animal pintado num quadro é animal e imagem, sendo ao mesmo tempo ambas as coisas, ainda que o ser dessas coisas não seja o mesmo, podendo ele ser considerado como animal ou como imagem, também a imagem mnemônica que está em nós deve ser considerada como objeto por si mesmo e, ao mesmo tempo, como representação de alguma outra coisa” (Ibid., 450 b 21). Segundo Aristóteles, a explicação do processo da memória, tanto como retentiva quanto como recordação, é inteiramente física: a retentiva e a produção de impressão decorrem de um movimento, assim como de um movimento decorre a lembrança/recordação. Contudo, a recordação, ao contrário da retentiva, é uma espécie de dedução (silogismo), pois “quem recorda deduz que já escutou ou percebeu aquilo de que se lembra; isso é uma espécie de busca” (Ibid., 453 a 11). Portanto, a recordação é própria apenas dos homens. Com isso, Aristóteles evidenciava outra característica fundamental da memória como recordação: seu caráter ativo de deliberação ou de escolha. A análise platônico-aristotélica da memória trouxe à baila os seguintes aspectos: d) distinção entre retentiva e recordação; b) o reconhecimento do caráter ativo ou voluntário da recordação, diante do caráter natural ou passivo da retentiva; c) base física da recordação como conservação de movimento ou movimento conservado. Pode-se dizer que esses aspectos não mudaram ao longo da história desse conceito. Todavia, as doutrinas posteriores podem ser subdivididas em dois grupos, segundo o ponto de partida para a interpretação da memória: memória como retentiva ou conservação ou memória como recordação.
A) A psicologia antiga ressaltou aspecto de memória como conservação, persistência, de conhecimentos adquiridos. O modo místico como Plotino trata o assunto, além de negar a base física da memória e considerar o corpo mais como obstáculo do que como ajuda (Enn., IV, 3, 26), afirma a proporção entre memória e força ou persistência de conservação: “Se a imagem persiste na ausência do objeto, já há M, mesmo que persista por pouco; se persiste por pouco, a memória é curta; se dura mais, a memória aumenta porque a força da imaginação é maior; e, se dificilmente falha, a memória é indestrutível” (Ibid., IV, 3, 29). De maneira análoga, a lista feita por S. Agostinho dos “milagres” da memória baseia-se no conceito de memória como receptáculo dos conhecimentos ou, segundo sua expressão, “ventre da alma” (Conf., X, 14). Esse é também o conceito dos filósofos medievais. Tomás de Aquino dá-lhe o nome de “tesouro e local de conservação das espécies” (S. Th., I, q. 29, a. 7), repetindo um lugar-comum da filosofia medieval. Isso equivalia a insistir na memória como retentiva.
Mas as concepções modernas e contemporâneas também veem a memória como conservação; retomando a concepção agostiniana do tempo como distensio animi ou duração de consciência, veem na memória a conservação integral do espírito por parte de si próprio, ou seja, a persistência nele de todas as suas ações e afeições, de todas as suas manifestações ou modos de ser. Essa concepção já foi exposta por Leibniz, que concebia a memória como conservação integral sob forma de virtualidade ou de “pequenas percepções” das ideias que não têm mais forma de pensamentos ou de “apercepções”; donde observar, em oposição a Locke: “Se as ideias não fossem mais que formas ou modos de pensamentos, cessariam com eles; contudo o Sr. mesmo reconheceu que elas são os objetos internos dos pensamentos e que, como tais, podem subsistir. Surpreende-me que possa, então, subestimar essas potências ou faculdades puras, deixando-as, ao que parece, sob os cuidados dos filósofos da escola” (Nouv. ess., II, 10, 2). Em virtualidade ou faculdade pode e deve conservar-se integralmente todo ato ou manifestação do espírito, já que o espírito é justamente essa autoconservação. Tal é a concepção de memória por parte da filosofia espiritualista ou consciencialista. A melhor exposição dessa concepção encontra-se em Bergson (Matéria e memória, 1896), que a contrapôs à concepção de memória baseada na recordação. Bergson disse: “A memória não consiste na regressão do presente para o passado, mas, ao contrário, no progresso do passado ao presente. É no passado que nós nos situamos de chofre. Partimos de um estado virtual, que pouco a pouco, através de uma série de planos de consciência diferentes, vamos conduzindo até o termo em que ele se materializa em apercepção atual, ou seja, até o ponto em que se transforma em estado presente e agente, enfim, até o plano extremo de nossa consciência sobre o qual se desenha nosso corpo. A recordação pura consiste nesse estado virtual” (Matière et mémoire, 1- ed., p. 245). A memória pura (ou recordação pura) é a corrente de consciência em que tudo é conservado no estado de virtualidade. A limitação da lembrança efetiva não pertence à memória, mas à recordação atual, que Bergson identifica com a percepção e que é uma escolha realizada na memória pura, para as exigências da ação. Portanto, as lesões cerebrais não afetam a memória propriamente dita, mas apenas a reminiscência das lembranças na percepção, ou seja, o mecanismo pelo qual a memória se insere no corpo e transforma-se em ação. Essa teoria, que Bergson apoiava na análise dos distúrbios das funções mnemônicas, caracteriza-se por dois pontos fundamentais: 1) distinção entre memória pura e recordação, entendendo-se por memória pura a conservação integral, independente de qualquer circunstância, do espírito por parte do espírito; ora, é evidente que essa memória nada tem a ver com a memória observável; 2) negação de qualquer base fisiológica para a memória pura e limitação da base fisiológica ao fenômeno da percepção. Essa negação tampouco é confirmada por fatos; seu precedente histórico é a teoria de Plotino. A partir de Descartes (Princ. phil, IV, 196), a base fisiológica da memória não é negada. A mesma conservação integral do espírito por parte do espírito é a “corrente da consciência”, de que fala Husserl, pois ele também recorre ao conceito empregado por Leibniz e Bergson, de virtualidade ou potencialidade como marca da memória Husserl diz: “As coisas podem ser viven-ciadas não só na apercepção, mas também na recordação e nas representações afins à recordação. (…) A essência dessas vivências pertence a importante modificação que, do modo de atualidade, transporta a consciência para o modo de inatualidade, e vice-versa. Num caso, a vivência é consciência explícita de seu objeto; em outro, é consciência implícita, apenas potencial” (Ideen, I, § 35). O pressuposto é sempre o da total conservação do conteúdo da consciência: o fenômeno da recordação é ligado à passagem do conteúdo do estado atual para o potencial, ou vice-versa.
B) Pertencem a um segundo grupo as teorias da memória cujo ponto de partida é o fenômeno da recordação. Hobbes, p. ex., definiu a memória como “a sensação de já ter sentido” (De corp., 25, 1), o que significa defini-la em relação ao ato de se reconhecer, naquilo que se percebe, o que já se percebeu outra vez. A partir desse ponto de vista, Wolff definiu a memória como “faculdade de reconhecer as ideias reproduzidas e as coisas por elas representadas” (Psychol. rationalis, § 278): conceito que também se encontra em Baumgarten (Met, § 579). Desse ponto de vista, tende-se algumas vezes a reconhecer o caráter ativo da memória, ou seja, a função da vontade ou da escolha deliberada ao evocar as recordações. Locke dizia: “Nessa evocação das ideias depositadas na memória, o espírito não é puramente passivo porque a representação destes quadros adormecidos às vezes depende da vontade” (Ensaio, II, 10, 7). Kant ressaltava igualmente esse caráter ativo: “A memória difere da simples imaginação reprodutiva porque, podendo reproduzir voluntariamente a representação precedente, a alma não está à mercê dela” (Antr., I, § 34). A esse mesmo grupo de doutrinas pertencem: d) as que interpretam a memória como inteligência; b) as que interpretam a memória como mecanismo associativo.
a) Hegel interpretou a memória como inteligência ou pensamento (sempre em seu aspecto de recordação), vendo nela “o modo extrínseco, o momento unilateral da existência do pensamento”. E nota que a língua alemã confere à memória “a elevada posição de parentesco imediato com o pensamento” (Enc., § 464). Segundo Hegel, a memória é o pensamento exteriorizado, pensamento que acredita encontrar algo de externo, a coisa que é lembrada ou recordada, mas que na realidade encontra-se a si mesmo, porque a coisa lembrada ou recordada também é pensamento. Por isso, Hegel diz que, “como memória, o espírito torna-se, em si mesmo, algo de externo, de tal modo que o que é seu aparece como algo que é encontrado” (Ibid., § 463). Aqui a memória é interpretada sobretudo como recordação; é evidente o parentesco dessa doutrina com as espiritualistas ou consciencialistas: a identificação da memória com o pensamento tem o mesmo sentido da unificação da memória com a consciência ou com sua duração.
b) O conceito de memória como mecanismo associativo foi expresso pela primeira vez por Spinoza do seguinte modo: “A memória nada mais é que certa concatenação de ideias que implicam a natureza das coisas que estão fora do corpo humano; essa concatenação se produz na mente segundo a ordem e a concatenação das afeições do corpo humano”. Spinoza faz a distinção entre a concatenação da memória e a das ideias, “que ocorre segundo a ordem do intelecto, igual em todos os homens” (Et, II, 18, schol.). Não há dúvida, portanto, de que Spinoza fazia alusão a um mecanismo associativo semelhante ao que mais tarde foi teorizado por Hume: “É evidente que existe um princípio de conexão entre os diversos pensamentos ou ideias do espírito e que, ao surgirem na memória ou na imaginação, apresentam-se sucessivamente com certo grau de método e regularidade” (Inq. Conc. Underst, III). Como se sabe, Hume enunciava três leis de associação: semelhança, contiguidade e causalidade; mas só as duas primeiras foram empregadas pela psicologia associacionista para explicar os fenômenos psíquicos (v. associacionismo).
Grande parte da psicologia moderna baseou-se na hipótese associacionista ao estudar os fenômenos da memória, até que a psicanálise, por um lado, e a gestalt, por outro, mostrassem a importância dos interesses e das atitudes volitivas na recordação, bem como a importância de toda a personalidade no reconhecimento do já visto. O estudo experimental da memória confirmou as palavras de Nietzsche: “Fiz isto — diz-me a memória. Não posso ter feito,— sustenta meu orgulho, que é inexorável. Finalmente, quem cede é a memória” (Jenseit von Gut und Böse, 1886, § 68). Assim, as análises psicológicas modernas continuam girando em torno do fato da recordação, mais do que em torno da retentiva, que continua sendo preferida pelas teorias filosóficas da memória. [Abbagnano]
A persistência do passado. O passado pode persistir sob a forma de simples hábitos; a memória, entretanto, designa mais propriamente a representação do passado. — Os cinco elementos da memória são: 1.° a fixação das lembranças; 2.° sua conservação; 3.° a revocação; 4.° o reconhecimento; 5.° a localização. As perturbações da memória podem ser perturbações a) de fixação (amnésia anterógrada, emoção violenta); de maneira geral, para que uma coisa seja fixada em nossa memória, é necessário que seja “compreendida”; só se recorda bem o que se compreendeu claramente; b) de conservação (quando são atingidas as células do córtex); c) de revocação (amnésia retrógrada dos velhos, descrita por Ribot); d) do reconhecimento (paramnésia ou sensação de se ter visto o que nunca se viu o déjà vu, que Bergson analisou particularmente); e) da localização (desadaptação social, viagem, mudança de sociedade; cf. Halbwachs, Os quadros sociais da memória). Em geral, as lembranças ou os acontecimentos esquecidos são aqueles que “repelimos” para o inconsciente (Freud), seja porque choquem nossa consciência social, seja porque nos forçariam a refletir e a pensar novamente nossa visão dos homens e das coisas. (V. amnésia, paramnésia.) [Larousse]
Por vezes distingue-se entre a recordação e a memória, considerando-se a primeira como ato de recordar ou então como aquilo que é recordado, e a segunda como uma capacidade, disposição, faculdade, função, etc. A recordação é, neste caso, um processo psíquico diferente de uma “realidade psíquica”. A mencionada distinção tem raízes antigas. O problema de se a vontade intervém ou não na memória foi durante a antiguidade centro de inúmeras discussões. Todas elas se baseavam na necessidade de encontrar um equilíbrio entre as diferentes faculdades da alma, equilíbrio que ficava alterado a partir do momento em que uma das faculdades era sublinhada perante as outras. Durante toda a época moderna, tratou-se e discutiu-se o problema da sede da memória. Parece terem-se confrontado duas concepções últimas: a que define a memória como vestígio psicofisiológico deixado pelas impressões no cérebro e reprodutível mediante leis de associação, e a que tendeu a considerá-la como um puro fluir psíquico. Descartes já tinha distinguido entre duas formas de memória: a memória corporal, que consiste em vestígios ou pregas deixados nos cérebro, e a memória intelectual, que é espiritual e incorpora.. Dos filósofos que se ocuparam com particular atenção do problema da memória e suas possíveis formas, pode mencionar-se Bergson e William James. Segundo Bergson, a memória pode ser memória–hábito ou memória de repetição, memória representativa. A primeira é a memória psicofisiológica; a segunda é memória pura, que constitui a própria essência da consciência. Este último tipo de memória representa a continuidade da pessoa, a realidade fundamental, a consciência de duração pura. Por isso se diz que a memória, considerada neste sentido, é o ser essencial do homem enquanto entidade espiritual, podendo-se defini-lo, em certo sentido, de um modo diferente de todos os demais seres, como o ser que tem memória, que conserva o seu passado e o atualiza em todo o presente, porque tem, por conseguinte, história e tradição. A memória pura seria, pois, fundamento da memória propriamente psicológica, isto é, da memória enquanto retenção, repetição e reprodução dos conteúdos passados. Mas, ao mesmo tempo, esta memória representaria não só o reconhecimento dos fatos passados, mas também o reviver efetivo, mesmo sem consciência da sua anterioridade, o “re-cordar” num sentido primitivo do vocábulo como reprodução de estados anteriores ou, melhor dizendo, como vivência atual que leva no seu seio todo o passado ou parte do passado.
Segundo William James, pode ter-se memória só de certos estados de ânimo que duraram algum tempo – estados que James chama substantivos. A memória é um fenômeno consciente enquanto consciência de um estado de ânimo passado que, por algum tempo, tinha desaparecido da consciência. Não pode considerar-se propriamente como memória a persistência de um estado de ânimo, mas só o seu reaparecimento. A memória deve referir-se ao passado da pessoa que a possui; além disso, deve vir acompanhada de um processo emotivo de crença. a memória não é uma faculdade especial; não há nada único, diz James, no objeto da memória. Este é só um objeto imaginado no passado ao qual adere a emoção da crença. O exercício da memória pressupõe a retenção do fato recordado e a sua reminiscência. Causa, quer da retenção, quer da reminiscência, é a lei do hábito do sistema nervoso que trabalha na associação de ideias. [Ferrater]
MEMÓRIA em sentido lato já a temos nas associações. Em acepção mais restrita, memória designa as representações reproduzidas, oriundas do inconsciente, quando a vivência anterior é reconhecida. No que tange à memória em sentido lato, cumpre-nos distinguir nela a capacidade de aprender, a firmeza e a fidelidade. A investigação dos testemunhos (no exame dos conhecimentos acerca de uma imagem observada durante um minuto) estabeleceu que os erros cometidos por estudantes em suas informações espontâneas oscilavam entre 5 e 10%; no interrogatório, entre 20 e 30%. A afirmação, muitas vezes ouvida, de que a testemunha devia ter percebido um processo que presenciou, carece de justificação. — Na imagem reproduzida há recordação, reconhecimento, quando aparece como tendo sido anteriormente vivida. A segurança do reconhecimento é particularmente grande para os acontecimentos mais importantes da própria vida, amiúde acompanhados de numerosas circunstâncias concomitantes. Entre reprodução e reconhecimento existe, sob muitos aspectos, paralelismo, muito embora a reprodução exija associações mais potentes do que o mero reconhecimento. Por outro lado, dão-se também reproduções espontâneas sem reconhecimento. A reprodução ulterior requer atenção voluntária na recepção do excitante (aprender); o reconhecimento, não.
Como critérios de recordação servem: a rapidez com que surge uma representação logo a seguir à que foi oferecida, o caráter exclusivo de uma representação, sua peculiar clareza, a abundância de circunstâncias que ocorrem à mente. Quando com o olhai-se percorrem sucessivamente as partes de um objeto extenso, as primeiras percepções suscitam, por vezes, conjecturas sobre o que se segue; quando isto acontece, confirma-se a conjectura. De modo especial, os acontecimentos principais da vida de cada qual manifestam uma clareza, duração e invariabilidade, como nenhuma outra imagem da fantasia as possui. Além disso, adaptam-se bem à experiência atual e são corroborados pelos conhecimentos passados. — Na reprodução de representações sensoriais, que também ocorrem nos animais, temos uma memória sensível; nela, a participação psíquica está sempre ligada a uma excitação corpórea inteiramente determinada, como se verifica também na sensação consciente. Acima dessa memória há, no homem, uma memória superior, a memória intelectual, um saber latente, relativo, p. ex., a proposições geométricas aprendidas, aos atos espirituais próprios do entendimento e da vontade, que se examinam. Não bastam para isso as representações sensoriais simultâneas, das quais os pensamentos dependem só frouxamente. A memória intelectual é mais rápida, mais exata e mais compreensiva. Nem sequer para as palavras recordadas basta a memória sensível, uma vez que o significado delas deve aparecer simultaneamente; portanto, as palavras devem estar associadas aos pensamentos. — Fröbes. [Brugger]