medida

(gr. metron; lat. Mensura; in. Measure; fr. Mesure, al. Mass; it. Misurà).

Platão havia dividido a arte da medida em duas partes, situando na primeira as artes “que medem o número, o comprimento, a altura, a largura e a velocidade em relação a seus contrários” e na segunda “as artes que medem a relação ao justo meio, ao conveniente, ao oportuno, ao obrigatório, enfim às determinações que estão no meio entre dois extremos” (Pol, 284 e).

Consequentemente pode-se entender por medida:

1) Relação entre uma grandeza e a unidade. A este propósito Aristóteles observava que a unidade pode ser entendida de dois modos: como unidade convencional ou aparente e como unidade absolutamente indivisível (Met., X, 1, 1053 a 22), e, nesse sentido, reconhecia as condições da medida na homogeneidade entre aquilo que se mede e aquilo com que se mede (Ibid, X, 1, 1053 a 22).

2) Critério ou o cânon daquilo que é verdadeiro ou bem. Nesse sentido, Cleóbulo, um dos Sete Sábios, dizia: “O melhor é a medida” (Diógenes Laércio, I, 93). Platão via na justa medida a ordem e a harmonia das coisas (Fil, 24 c-d) e para Aristóteles o meio era o cânon da virtude ética. No mesmo sentido essa palavra foi usada por Protágoras, em seu famoso princípio de que o homem é a medida das coisas, e por Aristóteles, quando via no homem virtuoso “o cânon e a medida das coisas” (Et. nic., III, 4, 1113 a 33). Nesse sentido, a medida é um dos conceitos fundamentais da cultura clássica grega. [Abbagnano]