libido (pal. lat. que signif. desejo), energia vital que está na origem do gosto de viver em geral e de todas as manifestações positivas da vida: vida sexual, obras de arte, todas as formas de criação. — Para Freud, a libido estava quase que unicamente ligada às manifestações da vida sexual, cujo “refluxo” podia suscitar “desvios”, “sublimações” e até mesmo perturbações da personalidade; era o princípio fundamental a partir do qual preconizava a explicação dos sonhos e de todas as formas de expressão do inconsciente. Para os psiquiatras modernos, a libido designa a completa pujança de vida, princípio de qualquer explicação de nossos atos, normais ou mórbidos. A libido é, em última análise, o instinto da vida, o que explica todas as condutas ativas (criações, espírito de realização, instinto de conservação). Opõe-se ao “instinto de morte”, a tendência a persistir em seu ser. [Larousse]
Termo que, em Freud e nos psicanalistas, serviu para designar a tendência sexual em sua forma mais geral e indeterminada. Freud diz: “Análoga à fome em geral, a libido designa a força com que o instinto sexual se manifesta, assim como a fome designa a força com que se manifesta o instinto de absorção de alimentos” (Einführung in die Psychoanalyse, cap. 21; trad. fr, p. 336). Nesse sentido, as primeiras manifestações da libido ligam-se a outras funções vitais: no lactente, p. ex., o ato de sugar provoca um prazer diferente do prazer provocado pela absorção do alimento, e esse prazer passa a ser buscado por si mesmo. Freud afirma que a zona buco-labial é “erógena” e considera que o prazer propiciado pelo ato de sugar é sexual. Nesse sentido, a libido pode nada ter em comum com a esfera genital. Por isso, Freud acha que nada se ganha ao chamar a libido de instinto, como fez Jung (Ibid., pp. 442 ss.; cf. C. G. Jung, Wandlungen und Symbole der Libido, 1925). [Abbagnano]