incognoscível

(in. Unknowable, Incognizable; fr. Inconnaissable; al. Unerkennbar; it. Incognoscibile).

Termo empregado por Hamilton para designar o Absoluto ou Infinito, considerado além de qualquer possibilidade de conhecimento e objeto somente de . “Pensar é condicionar” — dizia Hamilton (Discussions on Philosophy, 1852, p. 13) — “e a limitação condicional é lei fundamental das possibilidades do pensamento… O absoluto só é concebível como negação da conceptibilidade”. Contudo, a esfera da crença é mais ampla que a do conhecimento: assim, conquanto não se possa conhecer o Infinito, pode-se e deve-se crer nele. (Lectures on Metaph., II, pp. 530-31). Essa noção foi retomada por Spencer, que também afirmou a incognoscibilidade do absoluto e, ao mesmo tempo, a necessidade de admiti-lo para tomar possível o relativo (First Principles, 1862, S 26). A noção do incognoscível tornou-se então correlativa de agnosticismo e, assim como esta última, foi estendida até designar a doutrina de Kant da coisa em si e da sua incognoscibilidade. Kant todavia não admitia a inconceptibilidade da coisa em si, como fazia Hamilton relativamente ao Absoluto, assim como não admitia aquela espécie de correspondência hipotética entre o incognoscível e o fenômeno que Spencer denominava realismo transfigurado (Ibid., § 50). O conceito de incognoscível nunca ultrapassou os limites do positivismo evolucionista de cunho spenceriano (v. coisa em si). [Abbagnano]