1. Liberdade como autodeterminação. Nesse sentido, essa noção remonta a Aristóteles (Et. Nic, III, I, 110 a) e foi constantemente empregada para definir a liberdade absoluta ou incondicionada (v. liberdade).
2. Plotino definira a Inteligência como “obra de sua própria atividade” (eautou energema) enquanto “tem o ser de si mesma e por si mesma” (Enn., VI, 8, 16). Através do neoplatonismo árabe e especialmente de Avicena, sem contar a tradição da filosofia judaica, esse conceito chega a Spinoza, que dá início à sua Ética com a definição: “Entendo por causa de si aquilo cuja essência implica a existência ou aquilo cuja natureza só pode ser concebida como existente” (Et., I, def. 1). Trata-se de uma das muitas expressões da necessidade da natureza divina, segundo o conceito de Deus no neoplatonismo árabe. Hegel retomou a expressão de Spinoza e acrescentou que toda causa é “em si e por si causa sui”, na medida em que se reduz à causa infinita, que é a substância racional do mundo (Enc., § 153). Isso é o que o próprio Spinoza pretendia dizer. Portanto, o uso dessa noção para designar a divindade é moderno e está vinculado à orientação panteísta; também parece claro pela observação de Hegel ( l. c.) que causa sui é equivalente a effectus sui. [Abbagnano]