παρουσία: «parousía». (GA60, pp. 98-105, 106-110; GA19, pp. 334 (= ἰδέα), 463-487; GA22, p. 200 (δύναμις παρουρίας (dynamis parousia).) (LHDF)
παρουσία (ή)
GA2 34; SZ 25; GA3 240; GA5 131, 133, 351; GA6 291; GA9 279; GA14 55; GA15 379; GA17 8; GA18 33, 252, 267, 315, 381; GA19 334, 470, 481, 485, 486, 552, 579; GA22 139, 162, 200, 283, 306; GA26 184; GA31 56, 60-8, 71, 72, 76; GA33 52, 180,182; GA34 51,137; GA36/37 115; GA39 189; IM 65; GA43 286; GA49 45; GA60 45, 97-9, 102, 104-8, 110, 138, 142, 149, 153, 155, 156; GA64 100; GA65 74, 184, 301, 302; GA67 130; EC8 60; GA81 70; GA86 485; GA87 176; GA88 55, 270. (HC)
A palavra grega parousia, ” um ente presente, presença, chegada” , é composta de ousia e para, ” ao lado etc.” . Pareinai similarmente significa ” estar (einai) presente (para)” . (A forma ousia surge do particípio presente feminino de einai, ousa.) Heidegger sustentou que ousia significava ” vigência, presença (Anwesenheit)” (GA21, 71). Spengler argumentou que os gregos, ao contrário dos egípcios e da modernidade, não tinham ” memória, não tinham o órgão da história” , vivendo na ” pura vigência do Presente” : ” Para Heródoto e Sófocles, assim como para Temístocles ou para um cônsul romano, o passado é instantaneamente sutilizado em uma impressão extemporânea e imutável, polar e não periódica em sua estrutura — em última análise, daquela matéria da qual os mitos são feitos — enquanto que, para nosso senso do mundo e para nosso olho interno, o passado é um organismo de séculos ou milênios definidamente periódico e intencional” (DO, 9). Spengler vale-se da coluna dórica, o ” maior símbolo” do puro Presente, da pobre cronologia e registro dos gregos e da sua preferência pela cremação. Heidegger recorre à etimologia: ousia significa ” vigência/presente (Anwesenheit)” devido à sua associação com parousia (SZ, 25). Mais tarde, defronta-se com a dificuldade de que pareinai, -ousia é apenas um dos diversos compostos de einai, ousia. Um outro é apeinai, apousia, ” estar ausente, ausência” . Por que é a vigência presença especial? Há, replica, ele, dois tipos de parousia ou Anwesenheit; um contrasta com apousia, Abwesenheit, o outro é pressuposto pelo primeiro: ” A especificamente mencionada, explícita apousia que é contrastada com a parousia ocorre apenas em função da parousia original” (GA31, 61). Ele também recorre aos filósofos gregos. Da afirmação de Platão de que as coisas belas são belas devido à vigência/presença da beleza nas mesmas (Eutidemo, 301a4; Fedon, 100d), Heidegger infere erroneamente que ele iguala o ser e a vigência/presença: do fato de que x é F devido à presença da Fdade não se segue que o ser de x (F) é a vigência/presença de x. (DH)
EVANGELHO DE JESUS: VINDA DO FILHO DO HOMEM; VINDA ENTRE NUVENS; CITAÇÕES: Mt 24:3; Mt 24:27; Mt 24:37; Mt 24:39
Do verbo grego pareimi, “estar presente”, “ter vindo”. Geralmente traduzido por “presença”, “aparecimento”, “vinda”, “advento”. O termo latino correspondente é geralmente “adventus”. O verbo pareimi e o substantivo parousia são muito utilizados em Paulo Apostolo, com o sentido de “estar presente” e de “presença”, “chegada”, respectivamente. Deste modo se liga intimamente com o desenvolvimento da escatologia do NT. A demora no regresso do Cristo, assim mal entendido por seus ditos nos evangelhos, levou os homens a duvidar a “parousia”, esquecendo totalmente seu sentido interior.
El término indicó la venida en visita solemne de personajes ilustres, tales como reyes o emperadores (del siglo III a.C. al II d.C); luego, la llegada de un individuo cualquiera y su consiguiente presencia. En el Nuevo Testamento es usado para designar (16 veces de 24) la venida gloriosa (el retorno) de Cristo al final de los tiempos en calidad de juez: ésta es la acepción que, corrientemente, va unida al vocablo, el cual, por analogía, fue usado a veces también en relación con la primera venida de Cristo, cumplida con la encarnación. (Excertos de Francesco Trisoglio, CRISTO EN LOS PADRES DE LA IGLESIA, Herder)
Thomas Merton: VINDA DO SALVADOR
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 113
Em seu sentido último de consumação, isso que chamamos parousia, é a presença estabilizada, permanente, do Espírito de Deus; é o fato de que a consciência autodescobre sua própria identidade, seu Ser verdadeiro, seu Eu real e eterno, e não o esquece senão que o tem presente em cada instante. Na extensa e rica saga cristã o Eu real vem designado pelo Cristo interior, nascido puro, virginal; ou melhor, pelo Filho do homem e sua vinda.
Evangelho de Tomé – Logion 114
Está dito que quando a alma sossega suas inquietudes, ocorre com ela, remansada, que o espírito, do qual a alma é “imagem de sua imagem”, deixa ver a imagem de Deus que ela é, nas águas quietas, e então a alma, contempla essa imagem com os olhos recém-abertos e arrebatados, do conhecimento.
Essa contemplação da qual agora falamos, que é a principal obra da alma segundo o evangelho, e a qual todos estamos destinados agora ou “depois”, é a “presença” e a contemplação da “presença” (ambas coisas são o mesmo), pela qual o espírito que, como se diz no evangelho, mora em nós e em nós está, é “recebido” pela consciência e começa a ser conhecido por ela, pela alma (Jo 14,17).
*Este é o espírito enquanto paracleto (consolador), que traz a Verdade à alma.
A prática incessante, estabilizada, da contemplação da “presença”, é por si só a dissolução das névoas que parecem afogar a alma, pois ela, a “presença”, é expansiva como a luz do sol (da qual é prima espiritual) e por si só cresce, como a semente da parábola de Marcos, enquanto as trevas se levantam e mínguam quando a luz vem.
Por meio da adoração em espírito e em verdade, se generaliza logo a contemplação da “presença” nos outros templos ou mansões de Deus, que são muitos e cobrem o todo. Cada crescimento é unção que se desparrama sobre o espírito, e que descobre a unção do espírito com o Espírito na revelação da unidade de sua “presença” em todas sua mansões.
O espírito assim ungido, revelado na alma como Espírito, é então o nascido “do alto”, o Cristo de Deus na confluência da unidade.
Heidegger: DASEIN
Sérgio Fernandes: SER HUMANO
A Presença de Espírito equivale à compreensão, ipso facto, à própria Experiência em si. A “Ausência de Espírito” consiste em nada mais do que uma característica do Instrumento da “criação”, necessária ao contraste, condição de possibilidade da experiência, mas que, por sua vez, é uma “Desaparição” ou “Aparição”, como “Presença de Espírito” no Ser como Experiência. A característica da “Ausência” (Não-Ser) é inerente ao Instrumento, por corresponder ao seu predicamento de prover o contraste ontológico (Ser/Não-Ser, ou Existência) necessário à Experiência. E porque o contraste é necessário e porque também é necessário que haja o Instrumento que o provê, que o Ser não é constituído somente da dualidade, esta redutível (embora não dialeticamente, mas pela união mística), entre Ser em si e Ser Experiência (em linguagem teológica, entre “Criador” e “Criatura”).
Além da dualidade Ser/Experiência, o Ser constitui-se então, também em sua estrutura própria, de uma terceira dimensão, o Espírito. A dimensão do Espírito, por sua vez, articula os polos de uma outra dualidade, esta irredutível, como dois lados de uma moeda inteira: a dualidade Presença/Ausência. No pensamento chamado de “ponto de vista”, que é um pensamento do instrumento, ou da Mente, há Ausência (de Espírito). Na imanência da Experiência, que não é pensamento, mas uma extensão do Ser, há Presença (de Espírito).
GURDJIEFF: PRESENÇA COMUM