(gr. eikos ; lat. Verisimiles; in. Likely; fr. Vraisemblable; al. Wahrscheinlich; it. Verisimile).
1. O que é semelhante à verdade, sem ter a pretensão de ser verdadeiro (no sentido, p. ex., de representar um fato ou um conjunto de fatos). Portanto, uma narrativa, seja um romance ou uma tragédia, pode ser verossímil sem ser minimamente provável, sem que exista qualquer probabilidade de que os fatos mencionados se tenham verificado ou venham a verificar-se. Nesse sentido, foi constante o emprego do conceito de verossímil na estética, a partir de Aristóteles. “Narrar coisas efetivamente acontecidas” — dizia Aristóteles — “não é tarefa do poeta; dele seria a tarefa de representar o que poderia acontecer, as coisas possíveis segundo verossimilhança ou necessidade” (Poet., 9, 1451 a 36). Nesse sentido, verossímil é o caráter de enunciados, teorias e expressões que não contradigam as regras da possibilidade lógica ou as das possibilidades teóricas ou humanas. Um acontecimento humano imaginado é verossímil se for considerado compatível com o comportamento comum dos homens ou encontrar explicações ou respaldo nesse comportamento.
2. O mesmo que persuasivo ou provável. Popper, contudo, fez a distinção entre verossimilhança (verisimilitude) e probabilidade, porque, enquanto esta última representa a ideia de aproximação da certeza lógica ou da verdade tautológica por meio da gradual diminuição do conteúdo informativo, a verossimilhança representa a ideia da aproximação da verdade abrangente e, assim, combina verdade e conteúdo, enquanto a probabilidade combina verdade e falta de conteúdo (Conjectures and Refutations, 1965, p. 237). [Abbagnano]