(in. Transformation; fr. Transformation; al. Umformung, Transformation; it. Trasformazione).
Dewey viu na transformação a categoria fundamental do raciocínio matemático. “A transformação dos conteúdos conceituais, segundo regras metódicas que satisfaçam determinadas condições lógicas, está implícita tanto na conduta do raciocínio quanto na formação dos conceitos que fazem parte dele”. Pode-se enunciar o princípio lógico da transformação da seguinte maneira: 1) o conteúdo do raciocínio consiste em possibilidades; 2) enquanto possibilidade, ele exige a formulação em símbolos (Logic, XX, 1; trad. it., p. 516). Costuma-se chamar de regras de transformação as regras da inferência dos sistemas logísticos ou das linguagens formais (v. sistema logístico). [Abbagnano]
Transformação não é uma modificação, algo como uma modificação de porte especialmente grande. Quando se pensa em modificação é, antes, sempre no sentido de que o que ali se modifica permanece e é fixado concomitantemente como o mesmo. Por mais totalmente que se possa modificar, modifica-se algo nele. Categorialmente visto, toda modificação (alloiosis) pertence ao âmbito da qualidade, isto é, um acidente da substância. A transformação, ao contrário, significa que algo, de uma só vez e no seu conjunto, se torna uma outra coisa, de maneira que essa outra coisa, que é enquanto transformada, passa a ser seu verdadeiro ser, em face do qual seu ser anterior é nulo. Quando encontramos alguém como que transformado, estamos querendo dizer com isso exatamente que, ao mesmo tempo, se tornou uma outra pessoa. Não pode se dar aqui nenhuma transição de uma modificação paulatina, que conduza de uma para a outra, pois que uma é a negação da outra. Assim, a transformação em configuração significa que aquilo que era antes, não é mais. Mas também que o que agora é, que se representa no jogo (espetáculo) da arte, é a verdade duradoura. [GadamerVM:2.1.2]