tempo e eternidade

v aion

Em toda a escolástica medieval, sempre se distinguiu entre tempus e aeternum, entre o tempo e a eternidade. O tempo é a duração que começa, se desdobra em sucessões e finda. É segundo o tempo que dura o ser material. A eternidade realiza um outro modo de duração. O que é eterno, nem começa, nem tem sucessão, nem finda. Sem começo, meio e fim, é um puro agora concentrado: nunc stans. É o modo de duração do absoluto. Muitos escolásticos acreditavam, entre o tempo e a eternidade, num terceiro modo de duração, o aevum, a eviternidade. Trata-se de uma duração que tem começo, tem sucessão, mas não tem fim. É a duração dos espíritos. Mas não será ao contrário? Justamente por ter no silêncio o constitutivo essencial de sua realização, não será que o finito não pode deixar de ter fim e por isso mesmo tem de ser temporal e pertencer à “terra do sem-fim”? [Carneiro Leão]