(gr. hyperousia; al. Überseiend; it. Superessenté).
Encontramos esse adjetivo pela primeira vez em Proclo (Inst. theol, 115), mas Platão já dissera que o bem está além da substância (República, VI, 509 b), conceito que se tornou basilar na filosofia de Plotino, para quem o uno está “além do ser” (Enn., V, 5, 6) ou “antes do ser” (Ibid., III, 8, 10). Dionísio, o Areopagita usou o termo “supra-essencial” (De divinis nominibus, II, em P. L., 122s, col., 1122), e Scotus Erigena valeu-se do termo superessentia (Dedivis. nat, 1,14). O mesmo termo é encontrado ainda na tradição mística e teosófica. Mestre Eckhart fala de Deus como de “uma essência supra-essencial e um nada supra-ente.” (Deutsche Mystiker des XIV Jahrhunderts, ed. Pfeiffer, II, pp. 318-19). A mesma qualificação aparece em Schelling (Werke, I, X, p. 260) (v. teologia; transcendência). [Abbagnano]