A relação entre os Filhos implica a Vida em que cada Filho é dado a ele mesmo. Assim, encontra-se circunscrita pelo cristianismo a própria dimensão em que a relação com o outro pode [354] produzir-se: na Vida e somente nela. E isso porque os mesmos termos entre os quais tal relação deve estabelecer-se não são possíveis senão nesta vida. Mas a Vida não funda somente cada um dos termos entre os quais se estabelece a relação com o outro. Funda a própria relação, não só a possibilidade de cada um dos Filhos, mas a possibilidade para cada um deles de entrar em relação com os outros, de estar com eles. Como a vida funda esta possibilidade para cada um dos Filhos de estar com o outro, de “ser em comum” com eles? Na medida em que ela própria é este “ser em comum”. O que eles têm em comum, com efeito, é ser viventes, trazer esta vida em si. O “ser em comum” dos Filhos reside em sua condição de Filhos. Por essa razão, o “ser em comum” é tão fácil e tão difícil de compreender quanto a condição de Filho. Por essa razão também, o “ser em comum” é flutuante como esta condição. (Michel Henry, MHSV)