semelhante

VIDE semelhança

(gr. homoios; lat. similis; fr. Semblable; in. Alike, Similar; al. Ähnlich; it. Similé).

Aquilo que tem qualquer determinação em comum com uma ou mais coisas. Aristóteles distinguiu os seguintes significados do termo: 1) são semelhante as coisas que têm a mesma forma, ainda que sejam substancialmente diferentes; neste sentido são semelhante um quadrado maior e um menor, bem como duas linhas retas desiguais; 2) são semelhante as coisas que têm a mesma forma, mas estão sujeitas a variações quantitativas, quando suas quantidades são iguais; 3) são semelhante as coisas que têm em comum a mesma afeição, como p. ex. o branco; 4) são semelhante, as coisas cujas afeições iguais são mais numerosas que as afeições diferentes (Met., X, 3, 1054 b 3). É graças ao primeiro significado que em geometria as figuras são chamadas de semelhante (cf. Euclides, El., VI, def. 1, 3; def. 11, etc). Na tradição posterior, a semelhança foi entendida especialmente em relação à qualidade comum (Pedro Hispano, Summ. log., 3. 29), mas às vezes também com relação à forma (Tomás de Aquino, Contra Gent, I, 29; cf. Suma Teológica, I, q. 4a 3). Mais genericamente, Wolff dizia que “são semelhante as coisas que são idênticas naquilo em que deveriam distinguir-se uma da outra” (Ont., § 195). Determinações desse tipo definem pouco e dizem apenas que os critérios de semelhança podem ser variados indefinidamente; o importante é que sejam declarados explicitamente em cada caso.

Foi só na matemática moderna que a noção de semelhança recebeu definição diferente, graças à teoria dos conjuntos. São considerados semelhante os conjuntos que apresentem relação de termo a termo. Russell, p. ex., diz: “Diz-se que uma classe é semelhante a outra quando existe uma relação de termo a termo, em que uma classe é dominante enquanto a outra é o dominante inverso” (Introduction to Mathematical Philosophy, cap. II, trad. it, p. 27). Esta noção tem grande importância para definição matemática do infinito. [Abbagnano]