RIBOT (Théodule), filósofo e psicólogo francês (Guingamp 1839 — Paris 1916). É célebre por seus estudos sobre a psicologia experimental: As doenças da memória (1881), As doenças da vontade (1883), As doenças da personalidade (1885). Seu método analítico, que consistia em isolar as funções psíquicas da totalidade da vida psíquica (principalmente em desenvolver, no plano psicológico, a teoria das localizações cerebrais), está atualmente superada pela “psicologia das estruturas”. (V. regressão da memória, esquecimento.) [Larousse]
Ribot, discípulo muito atento, conduz-nos mais longe e revela maior amplidão de vistas. Théodule Ribot, nascido em 1839, morre em Paris no ano 1916, professor da Sorbona e do Colégio de França. Foi um homem que inspirou a todos os que o conheceram um sentimento de veneração inolvidável e que exerceu profunda influência sobre os jovens da entrada deste século. Espírito admiravelmente lúcido e dotado de um notável talento de exposição, nada deixou por elucidar no domínio intelectual bastante restrito a que aplicou o seu gênio.
Sua grande originalidade foi ter substituído a psicologia subjetiva ou de pura introspecção por uma ciência fundamentada na própria ciência, nos dados da experiência, da observação anatômica ou clínica, e recorrendo mesmo à patologia, onde, num exagero embora deformador, podem acusar-se melhor os traços normais da vida psicológica. O princípio das suas pesquisas, tal como ele próprio o formulou, é o seguinte: todo fato psicológico supõe um fato fisiológico concomitante.
Significa isto que a determinado estado do espírito corresponde sempre determinado estado do corpo, e que reproduzindo, por exemplo, os gestos da atenção e da cólera far-se-á aparecer a atenção e a cólera. De forma que, como já se disse com certa ponta de humor, não sabemos se choramos porque sentimos pesar ou sentimos pesar porque choramos. Em todo caso, é na intimidade do organismo que cumpre buscar a origem da vida afetiva. “Os sentimentos, emoções, paixões”, escreve o psicólogo, “têm sua fonte primordial na vida vegetativa. O que vem do coração, dos vasos, dos órgãos digestivos, respiratórios, sexuais — numa palavra, de todas as vísceras — é a matéria-prima da sensibilidade, como tudo o que vem dos sentidos externos é a matéria da inteligência.”
Os movimentos do corpo serão a causa dos movimentos do coração ou vice-versa? Não era assim que este cientista formulava a questão, pois se limitava a observar o paralelismo. Isto não lhe permitiria avançar muito longe na economia da vida moral e afastava-o, conforme o seu desejo, das considerações e dos problemas da metafísica; oferecia-lhe, no entanto, ocasião para análises em que abriu perspectivas novas e o ensejo de aprofundar, dando-lhe uma base orgânica, uma disciplina que até então fora exclusivamente descritiva. [Truc]