ciência que tem por objeto o estudo do futuro e, principalmente, das razões que aceleram a evolução do mundo moderno (progresso das comunicações, multiplicação do poder técnico). — G. Berger, criador da “prospectiva” como ciência particular, definiu-lhe o espírito: é preciso “ajuizar o que somos hoje a partir do futuro, em vez de fazer-se a diligência inversa, que é a corrente, e que consiste em decidir do futuro segundo o que somos atualmente”. A prospectiva exige uma atitude de recuo em relação ao presente; diferencia-se da previsão ou do cálculo das probabilidades porque só se focaliza sobre situações gerais nas quais os indivíduos se encontrarão no futuro (por exemplo, o aumento das necessidades de lazer) e não sobre fatos particulares; nisso diferencia-se das previsões estatísticas: consiste em ver longe — e globalmente — para modificar em profundidade qualquer projeto de ação. A prospectiva estuda a evolução dos meios psicológicos e sociais; é eminentemente sintética e global: é uma ciência humana, não uma ciência dos fatos históricos. Em suma, seu objeto é uma situação geral de futuro (não de fatos particulares); seu método é o de uma análise em profundidade do mundo humano, e o grau de certeza que atinge é muito grande, uma vez que trata apenas de previsões largas, de ordem especificamente humana. Finalmente, sua utilidade é de nos permitir, desde agora, construir uma ordem social que já é a nossa e o será ainda mais dentro de dez ou vinte anos. A prospectiva deveria ser, antes de tudo, uma ciência a serviço dos governantes. [Larousse]