Aristóteles apresentou uma classificação dos diversos modos como o sujeito e o predicado se relacionam, a que se deu o nome de predicáveis. Porfírio serviu-se da inspiração aristotélica e apresentou cinco predicáveis: o gênero, a espécie, a diferença, a propriedade ou o próprio e o acidente. Segundo Porfírio, estas noções têm em comum o fato de se atribuírem a uma pluralidade de sujeitos. O gênero é afirmado das espécies e dos indivíduos, tal como a diferença; com efeito, o animal é atribuído aos cavalos e aos bois, que são indivíduos; a diferença é atribuída aos cavalos e também aos bois e aos indivíduos destas espécies. Mas a espécie afirma-se dos indivíduos que contém, por exemplo, a espécie homem só é atribuída aos homens particulares. O próprio afirma-se da espécie de que é o próprio e dos indivíduos colocados sob esta espécie; por exemplo, a faculdade de rir atribui-se ao mesmo tempo ao homem e aos homens particulares. O acidente afirma-se ao mesmo tempo da espécie e dos indivíduos; por exemplo, o negro atribui-se ao mesmo tempo à espécie dos corvos e aos corvos particulares. A investigação de Porfírio exerceu grande influência na filosofia medieval. A escolástica entendeu os predicáveis não só no sentido lógico, mas também no sentido ontológico. Logicamente, definem-se como os diversos modos de efetuar uma predicação e dividem-se em essenciais (gênero, espécie, diferença) e acidentais (próprios, acidente). É usual distinguir, seguindo Aristóteles, entre o predicável como forma de efetuara predicação de um sujeito–predicado, e a categoria como determinação de um termo em si mesmo, ou termo independente e absoluto. [Ferrater]