pirronismo

(in. Pyrrhonism; fr. Pyrrhonisme; al. Pyrrhonismus; it. Pirronismó).

Forma extrema do ceticismo grego, tal como foi defendida por Pirro de Élis, que viveu no tempo de Alexandre Magno (Pirro acompanhou-o em sua expedição ao Oriente) e morreu por volta do ano 270 a.C. Conhecemos sua doutrina pelos Silloi (versos jocosos) de Tímon de Fliunte e pelas exposições de Diógenes Laércio e Sexto Empírico. A tese fundamental do pirronismo é a necessidade de suspender o assentimento. Visto que para o homem as coisas são inapreensíveis, a única atitude legítima é a de não julgá-las verdadeiras ou falsas, nem belas ou feias, nem boas ou ruins, etc. Não julgar também significa não preferir ou não evitar: assim, a suspensão do juízo é já por si mesma ataraxia, ausência de perturbação. Diógenes Laércio conta que Pirro caminhava sem olhar para nada e sem afastar-se de nada, arrostando carros, se os encontrasse, precipícios, cães, etc. (Diógenes Laércio, LX, 62).

Mais tarde houve um retorno ao pirronismo, entre o fim do último século a.C. e o fim do II século d.C. por obra de Enesidemos de Cnossos (que ensinou em Alexandria), de Agripa e do médico Sexto Empírico. Este último, que atuara entre os anos 180 e 210 d.C., deixou três obras: Hipotipose pirrônica, Contra os dogmáticos e Contra os matemáticos, que constituem uma síntese de todo o ceticismo antigo. A tese pirrônica da suspensão do assentimento é rigorosamente mantida, mas, como guia para a conduta da vida, são adotadas a aparência sensível e as normas da vida comum (Pirr. hyp., I, 21) (cf. Mario dal Pra, Lo scetticismo greco, 1950). [Abbagnano]