Assim como há um pensamento intelectual, há um do sensório-motriz, e também um afetivo, da afetividade. É comum os psicólogos considerarem o pensamento intelectual como meramente espiritual e o afetivo como algo que se enraíza “na carne”. O sentimento é inerte, passivo, enquanto o pensamento é ação. E é comum atribuir a imaginação ao intelectual. Tanto a intelectualidade se enraíza na carne como a afetividade, cujas raízes estão no sensório-motriz, que incorpora todo o somático.
Spranger, ao falar do funcionamento inconsciente dos nossos órgãos e da ineficiência da razão em modificar esse funcionamento, dava graças a Deus que assim fosse, porque do contrário nós com o endeusamento da razão, tentaríamos fazer nossos órgãos funcionar segundo as suas normas abstratas… Assim, como a afetividade e a intelectualidade funcionam com suas raízes na sensibilidade (sensório-motriz), a intelectualidade não funciona separadamente da afetividade, que nela influi, como por sua vez a intelectualidade também atua sobre a afetividade. Não há uma total independência, nem uma total heterogeneidade entre ambas. [MFSDIC]