O que Sócrates explica em Teeteto 148d-151d também fala a favor do “jogo na seriedade”: ele é como uma parteira que ajuda os pensamentos a nascer, embora deixe ao julgamento alheio dizer se os nascimentos são capazes de sobreviver; cada um dos interlocutores deve, portanto, examinar se os pensamentos que a conversação produziu sob a condução de Sócrates resistem ao teste ou se não são, antes, abortos ou apenas nascimentos prematuros que não podem estar à altura das exigências da vida, ou se até mesmo não foram talvez tirados por Sócrates antes do tempo (pois também isso seria uma parte da habilidade da parteira), se não são gestações aparentes, sendo os bebês apenas tolices, em vez de pensamentos verdadeiros etc. É preciso, portanto, estar vigilante em relação à arte da condução do diálogo, conduzida pelo nem sempre simpático Sócrates, pois tal condução da conversa requer atenção, assim como consideração ao tipo de pessoas; e evidentemente uma é auxiliada a encontrar a verdade pela arte de Sócrates, a outra a encontrar parvoíces, uma revela ser receptiva ao bem, a outra não. [LéxicoPlatão: