natural

(gr. physikos; lat. naturalis; in. Natural; fr. Naturel; al. Natürlich; it. Naturalé).

Os usos deste adjetivo correspondem aos usos fundamentais do termo natureza.

1. Correspondendo ao primeiro significado, natural pode ser: o que é produzido pelo princípio do movimento, ou o que se produz por si, espontaneamente. Neste sentido, falou-se de “direito natural”, que consiste em conformar-se à ordem espontânea da natureza; ou de “religião natural”, que é revelada pela natureza ou através da natureza, ou seja, através da razão ou do coração do homem.

2. Correspondendo ao segundo significado de natureza, chama-se de natural o que se inclui na ordem necessária da natureza, distinguindo-se da ordem sobrenatural, desejada ou estabelecida diretamente por Deus.

No âmbito de ambos os significados, natural contrapõe-se também a artificial, por ser aquilo que é produzido pela causalidade da natureza, fora do arbítrio humano.

3. Em correspondência com o terceiro significado de natureza, fala-se, p. ex., de “coisas natural” para dizer “coisas externas”, e de “causalidade natural” para dizer “causalidade externa”.

4. Hoje em dia, a denominação “ciências” natural” leva em conta o 4) significado de natureza . [Abbagnano]


O que é produzido pela natureza: opõe-se ao que é produzido pela cultura. — Uma religião ou uma moral natural, como a que Rousseau queria despertar no coração da criança através do simples espetáculo da natureza, baseia-se unicamente nos dados do sentimento ou da razão. A teoria do “direito natural” deduz-se da natureza humana e se opõe à teoria do “direito positivo”, baseado em convenções arbitrárias. Do ponto de vista psicológico, o natural designa o temperamento de um indivíduo (componentes orgânicos — nervosos, glandulares — que pertencem ao indivíduo desde seu nascimento). Em relação a isso, Galeno distinguia: o colérico (predominância do sangue), o fleugmático (predominância da linfa), o melancólico (predominância da atrabílis), o bilioso. O temperamento, que é natural, opõe-se ao caráter, adquirido pela educação, pelas convenções, mas que o indivíduo também pode impor a si mesmo pela própria vontade: Santo Inácio era de natural “colérico” e “santo” de caráter. [Larousse]