(in. Fashion; fr. Mode, al. Mode; it. Moda).
Kant interpretou a moda como uma forma de imitação baseada na vaidade, porquanto “ninguém quer parecer inferior aos outros, mesmo nas coisas que não têm utilidade alguma”. Desse ponto de vista, “estar na moda é questão de gosto; quem está fora de moda e adere a um uso passado é chamado de antiquado; quem não dá valor ao fato de estar fora de moda é um excêntrico”; Kant diz que “é melhor ser louco na moda do que fora dela”, e que a moda só é realmente louca quando sacrifica a utilidade ou mesmo o dever em favor da vaidade (Antr., I, § 71). Na realidade, hoje essa análise de Kant não é mais suficiente, pois se sabe que a moda infiltra-se em todos os fenômenos culturais, inclusive nos filosóficos. Na Idade Moderna foram moda o cartesianismo, o iluminismo, o newtonismo, o darwinismo, o positivismo, o idealismo, o neo-idealismo, o pragmatismo, etc: doutrinas todas que tiveram importância decisiva na história da cultura. Por outro lado, foram moda também movimentos culturais que pouco ou nenhum vestígio deixaram. Pode-se dizer que a função da moda é introduzir nas atitudes institucionais de um grupo ou, mais particularmente, em suas crenças, por meio de rápida comunicação e assimilação, atitudes ou crenças novas que, sem a moda, teriam grande dificuldade para sobreviver e impor-se. Esta função específica, graças à qual a moda age como uma espécie de controle que limita ou enfraquece os controles da tradição, torna inútil a exaltação ou o desdém em relação à moda. [Abbagnano]