TEOLOGIA NEGATIVA

Dionísio Pseudo-Areopagita, seguindo o trilho do neoplatônico Proclo, distingue uma teologia afirmativa e outra negativa. Enquanto a teologia afirmativa parte dos efeitos de Deus na criação, lhe dá nomes baseados nesses efeitos e o considera como o "Oninominado", a teologia negativa ascende pelo caminho da negação até ao Infinito e "Inominado", que se eleva acima de todas as determinações positivas e negativas. No termo desta ascensão, une-se com Ele na obscuridade inefável da experiência mística. — A doutrina da teologia negativa exerceu grande influência sobre a teologia e mística da Idade Média. Assim, <S. Tomás de Aquino confessa também que acerca de Deus sabemos melhor o que Ele não é do que o que Ele é. Mestre Eckart serviu-se muito desta doutrina para exprimir, com frequência, de maneira paradoxal, a vivência mística, supra-conceitual, e dela se serviu, outrossim, Nicolau de Cusa. O modo de pensar da teologia negativa (embora com outros nomes) fêz-se sentir mais acentuadamente na filosofia oriental do que no Ocidente. E o que sucede quando os sábios hindus antepõem a qualquer asserto sobre o Absoluto a conjuração de um "não é assim!", ou os filósofos chineses falam do grande "vácuo", ou o japonês Nishida proclama uma filosofia do nada. — A teologia negativa presta-se para aguçar nosso senso da infinidade e incompreensibilidade divinas. Todavia, não lhe é lícito impugnar a possibilidade de formular afirmações positivas acerca de Deus, sem correr o risco de deslizar para o agnosticismo. — Brugger.