Schopenhauer

Schopenhauer, A. (SZ)

Pourtant, avec cette caractérisation de la conscience, c’est simplement l’horizon phénoménal de l’analyse de sa structure existentiale qui se trouve délimité. Le phénomène n’est pas comparé à un appel, mais il est compris comme parler à partir de l’ouverture constitutive du Dasein. D’emblée, la méditation évite d’emprunter le chemin qui s’offrirait de prime abord à une interprétation de la conscience : d’ordinaire, en effet, on reconduit celle-ci à l’un ou l’autre des pouvoirs de l’âmeentendement, volonté, sentiment — ou on l’explique comme un mixte résultant d’eux. Mais face à un phénomène comme la conscience, l’insuffisance ontologico-anthropologique d’un cadre flottant de pouvoirs psychiques ou (272) d’actes personnels classifiés saute immédiatement aux yeux (NA: En dehors des interprétations données de la conscience par Kant, Hegel, Schopenhauer et Nietzsche, il faut noter le livre de M. KAHLER, Das Gewissen (La conscience), première partie historique, 1878, ainsi que l’article du même dans la Realenzyklopädie für protestantische Theologie und Kirche. V. aussi A. RITSCHL, « Ueber das Gewissen ». (« Sur la Conscience »), réédité dans ses Gesammelte Aufsätze, nouvelle série, 1896, p. 177 sq. Et enfin la toute récente monographie de H. G. STOKER, Das Gewissen (dans Schriften zur Philosophie und Soziologie, éd. M. Scheler, t. II), 1925. Cette vaste enquête produit une riche variété de phénomènes de la conscience, caractérise critiquement les divers modes de traitement possible du phénomène et propose une bibliographie qui, par rapport l’histoire du concept de conscience, n’est du reste pas exhaustive. Nonobstant divers points d’accord, la monographie de Stoker se distingue de la présente interprétation existentiale par son amorçage, et par conséquent aussi dans ses résultats. D’emblée, Stoker sous-estime les conditions herméneutiques d’une « description » de la « conscience en son effectivité objective » (p. 3). Dès lors, l’effacement des frontières entre phénoménologie et théologie est inévitable — au préjudice de l’une comme de l’autre. (En ce qui concerne le fondement anthropologique de la recherche assumée par le personnalisme de SCHELER, cf. le présent essai, § 10, p. (47) sq.) Quoi qu’il en soit, la monographie de Stoker représente un progrès notable par rapport aux interprétations antérieures de la conscience, même si celui-ci consiste plutôt dans un traitement global des phénomènes de la conscience et de leurs ramifications qu’en la mise en lumière des racines ontologiques du phénomène.). (EtreTemps55)


Schopenhauer, Arthur (1788-1860)

Filósofo alemão que influenciou grandemente a filosofia e a literatura dos séculos XIX e XX. Professor da Universidade de Berlim (1820), abandonou o ensino em 1831 para viver em seu retiro de Frankfurt. Sua filosofia é uma reação ao idealismo de Hegel e prepara, de alguma forma, a filosofia existencial do pessimismo. Seu pensamento foi fortemente influenciado pela filosofia e pelas concepções religiosas da índia.

Schopenhauer inicia sua obra antes de chegar a ser professor em Berlim com a obra que o tornou conhecido em todo o mundo: O mundo como vontade e representação (1818). O restante surgiu ao longo dos 28 anos do seu retiro de Frankfurt. Destacam-se: A vontade na natureza (1836); O livre-arbítrio (1839); Os dois problemas fundamentais da ética (1841); Dores do mundo; A vontade de amar. E as duas obras póstumas: Aforismos sobre filosofia de vida e Pensamentos e fragmentos.

Constrói toda a sua filosofia sobre a representação que compreende o sujeito e o objeto e sobre o conceito de vontade e de força. O mundo é uma representação — não pode ser concebido senão como representado numa inteligência — e o substrato deste mundo aparente ou fenomênico é o que ele chama de “vontade”. A realidade portanto se reduz a sua aparência. Para além dessa aparência, coloca-se a coisa em si, que devemos interpretar como uma vontade que se mostra em forma de impulso cego e irracional e que é sempre uma vontade de viver.

Em cada um de nós, tal vontade manifesta-se como exigência de felicidade e auto-afirmação que jamais está satisfeita. Por sua vez, o mundo é campo de luta onde cada um quer dominar. O mal, a dor e a crueldade do mundo expressam a natureza básica da realidade. O mal nunca poderá ser vencido, porque faz parte da realidade. A libertação da dor e do mal inspiraram Schopenhauer à análise pessimista das condições da vida que caracterizou sua filosofia. Pela contemplação estética, a castidade que nega a espécie e o ceticismo que esgota os desejos e paixões, o homem conseguirá libertar-se, refugiando-se no nirvana da religião da índia. A salvação é alcançada assim mediante a renúncia à vontade de viver, da qual resulta a resignação. Nem o teísmo nem o panteísmo podem fazer nada contra o mal. O melhor é rejeitá-los. Nessa resignação, Schopenhauer fundamenta sua moral na piedade, que procede da consciência de identidade essencial dos seres.

BIBLIOGRAFIA: Obras: O mundo como vontade e representação; Sobre a vontade na natureza, 1934; O livre arbítrio, 1934; O fundamento da moral, 1896; Parerga e Paralipômena, 1926, 2 vols.; Adalbert Hamel, A. Schopenhauer y la literatura espanola, 1925. (Santidrián)