objetividade

Objectivität

Não é por acaso que Kant, para o qual os conceitos de forma e matéria, morphe e hyle, ainda desempenham um papel fundamental em termos (159) epistemológicos, atribui à imaginação uma função insigne no esclarecimento da OBJETIVIDADE do conhecimento. GA24MAC: §11

Nesta interpretação puramente kantiana, então, ser significa o mesmo que o caráter daquilo que se encontra contraposto (OBJETIVIDADE). GA24MAC: §15

De acordo com a assim chamada revolução copernicana levada a termo por Kant na interpretação do conhecimento, revolução essa segundo a qual o conhecimento não deve se orientar (se retificar) pelos entes que se encontram contrapostos, mas, ao contrário, são os entes que se encontram contrapostos que devem se orientar (se retificar) pelo conhecimento, a verdade do conhecimento, isto é, a verdade do juízo se transforma no critério de medida do ente contraposto, do objeto, ou, mais exatamente, do caráter daquilo que se encontra contraposto ou da OBJETIVIDADE. GA24MAC: §15

O verdadeiro ser julgado determina o caráter daquilo que se encontra contraposto do que se encontra contraposto ou a OBJETIVIDADE dos objetos conhecidos. GA24MAC: §15

A OBJETIVIDADE ou o caráter do que se encontra contraposto é aquilo que o conhecimento alcança no sentido do juízo sobre algo do ente. GA24MAC: §15

Desta teoria do juízo de Lotze emerge em entrelaçamento com a concepção neokantiana do conhecimento como julgamento uma determinada concepção da OBJETIVIDADE dos objetos e, com isso, a concepção do ser do ente como ser julgado em um juízo verdadeiro. GA24MAC: §15

Esse problema costuma ser formulado como o problema da verdade ou da OBJETIVIDADE. GA24MAC: §17

Com base neste caráter do tempo, uma OBJETIVIDADE peculiar lhe é atribuída. GA24MAC: §19


A configuração moderna da ontologia é a filosofia transcendental que aos poucos se torna teoria do conhecimento.

Em que medida isso surge da metafísica moderna? À medida que se pensa a entidade dos entes (Die Seiendheit des Seienden) enquanto a vigência para a re-presentação asseguradora. Entidade é agora OBJETIVIDADE. A questão da objetividade, da possibilidade de oposição (a saber, do re-presentar que assegura e calcula) é a questão da possibilidade de conhecer.

Em sentido próprio, porém, não se entende essa questão como questão do mecanismo psico-físico do processo de conhecimento, mas da possibilidade da vigência do objeto no e para o conhecimento. (GA7CFS:64)



A prerrogativa do estado humano constitui a objetividade cujo conteúdo essencial é o Absoluto. Não há conhecimento sem objetividade da inteligência, não há liberdade sem objetividade da vontade e não há nobreza sem objetividade da alma. Em cada um dos três casos, a objetividade é ao mesmo tempo horizontal e vertical. O sujeito, seja intelectivo, volitivo ou afetivo, visa necessariamente tanto ao contingente quanto ao Absoluto: ao contingente, em virtude de o próprio sujeito ser contingente e na medida em que ele é;e ao Absoluto, porque o sujeito se assemelha ao Absoluto por sua capacidade de objetividade.

O esoterismo, por suas interpretações, revelações e operações interiorizantes, tende a produzir a objetividade pura ou direta; esta é a sua razão de ser. A objetividade explica a imanência e a transcendência, sendo simultaneamente extinção e reintegração. Nada mais é senão a Verdade, na qual sujeito e objeto coincidem e o essencial prevalece sobre o acidental — ou na qual o princípio antepõe-se à sua manifestação -, extinguindo-o ou reintegrando-o, conforme os vários aspectos ontológicos da própria relatividade. (Schuon – EPV)


A objetividade é uma espécie de morte frente à realidade do objeto; a compensação subjetiva desta extinção é a nobreza do caráter. Não há que perder de vista, além do mais, que o Objeto transcendente é ao mesmo tempo o Sujeito imanente, que se afirma no sujeito conhecedor na medida em que este é capaz de objetividade.

A objetividade não é outra coisa que a verdade, na qual o sujeito e o objeto coincidem e na qual o essencial prevalece sobre o acidental – ou na qual o princípio prevalece sobre sua manifestação -, seja extinguindo-lo, seja reintegrando-lo, segundo os diversos aspectos ontológicos da própria relatividade. (Schuon PP)