O desvelamento (Unverborgenheit) é uma determinação do ente (Bestimmung des Seienden), na medida em que ele vem ao encontro (begegnet). A aletheia (verdade – desvelamento) não pertence ao ser no sentido de que ele não poderia ser sem o desvelamento. Pois a natureza acha-se presente à vista, mesmo antes de ser descoberta. A aletheia (verdade – desvelamento) é um caráter ontológico peculiar do ente (Seinscharakter des Seienden), na medida em que o ente se encontra em uma relação com uma visão intencional (Hinsehen) do ente, com um descerrar (Erschließen) que se movimenta circunvisivamente no ente, com um conhecer (Erkennen). Por outro lado, contudo, ο alethes (verdadeiro – desvelado) também está no ón (no ente) e é um caráter do próprio ser; e, em verdade, na medida em que ser = presença (Sein = Anwesenheit) e em que essa presença é apropriada no logos (discurso), na medida em que ela “é” nele. O descerrar, porém, em relação ao qual a aletheia (verdade – desvelamento) “é”, é ele mesmo um ser; e isso não, em verdade, um ser do ente que é inicialmente descerrado, do mundo, mas um modo de ser<ser do ente (Seinsweise des Seienden) que nós designamos como ser-aí humano (menschliches Dasein). Na medida em que o descerrar e o conhecer têm por meta para os gregos a aletheia (verdade – desvelamento), ele significa para eles, de acordo com aquilo que ele realiza, ou seja, de acordo com a aletheia (verdade – desvelamento): aletheuein (desvelar). Não queremos traduzir aqui essa palavra, aletheuein significa: ser desencobridor (aufdeckendsein), arrancar o mundo ao fechamento e ao encobrimento (Verschlossenheit und Verdecktheit). E esse é um modo de ser do ser-aí humano (Seinsweise des menschlichen Daseins). (tr. Casanova; GA19:17)
desvelamento
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