Ludwig Klages (1872-1956), grafólogo e caracterólogo bem conhecido, é mais original. Em sua obra capital Der Geist, als Widersacher der Seele (O espírito como adversário da alma, 3 vols., 1929-1932), desenvolve um antiespiritualismo radical. Segundo esta doutrina, todas as coisas possuem uma alma, e neste mundo inteiramente animado reina uma harmonia natural. Infelizmente, porém, “por intermédio do homem, irrompeu neste mundo uma potência extra-espacial (acósmica) chamada espírito, a qual procura separar o corpo e a alma e, por esta forma, matar as células vitais”. Com o espírito aparecem a pessoa, a vontade e a excentricidade do esforço; o espírito, pela ação, comete um crime contra a vida, é o antagonista da alma, do natural, da lealdade e de tudo que é valioso. Portanto, é mister pronunciar-se contra o espírito e retornar à concepção do mundo da época dos pelasgos, ou, por outras palavras, a uma vida desembaraçada do espírito, inconscientemente primitiva. [Bochenski]