(in. Invention; fr. Invention; al. Erfindung; it. Invenzioné).
“Inventar alguma coisa” — disse Kant — “é totalmente diferente de descobrir. A coisa que se descobre admite-se como já preexistente, apesar de ainda não conhecida, como a América antes de Colombo; contudo, o que se inventa, como a pólvora, não existia em absoluto antes de quem a inventou” (Antr, I, § 57). Tradicionalmente, a capacidade inventiva denomina-se gênio . Os problemas relativos à invenção assumem aspectos diferentes nos vários campos: na lógica, têm sido por vezes debatidos a propósito da tópica ou da intuição ; na arte, a propósito do gênio. [Abbagnano]
A criação de alguma coisa de novo. — Diferenciam-na da “descoberta”, que traz à luz alguma coisa que já existia. A invenção matemática ou poética distingue-se, nesse sentido, da descoberta física ou filosófica. A faculdade de inventar é a “imaginação criadora”; um espirito só é inventivo tanto quanto possa libertar-se da memória (“imaginação reprodutora”) e sacudir os preconceitos e a tradição de uma época (forte personalidade). (V. gênio.) [Larousse]
Segundo Lalande, o sentido primitivo do termo é “descoberta de uma coisa oculta”. Este sentido se conservou em algumas expressões teológicas e jurídicas. No sentido atual, é a produção de uma síntese nova de ideias, e especialmente, combinação nova de meios com vistas a um fim. Neste sentido difere de descoberta, que se refere a algo que existiria antes do conhecimento novo que se adquire, seja materialmente seja à título de consequência necessária de uma proposição já conhecida.