faculdades da alma

São as potências pertencentes à essência da alma, dinamicamente ordenadas à sua atuação, ou forças destinadas a atividades psíquicas. Distinguem-se, em primeiro lugar, por seus objetos formais (como: verdade, valor, etc.) e, em seguida, pela índole própria da vivência dos atos. Assim, por exemplo, falamos de memória, sentimento, vontade, tendências sensitivas, entendimento, potências sensoriais, etc. As faculdades da alma não são partes da alma, visto esta ser simples e espiritual. Desde a controvérsia entre as correntes aristotélicas e agostiniana da escolástica, discute-se se as faculdades são ou não realmente distintas da substância da alma e, portanto, distintas entre si. Muito mais importante que esta questão é o fato de a alma, de qualquer maneira, operar por meio de suas faculdades (e não de estas operarem à maneira de pessoas isoladas) e de nessa atividade se verificar sempre uma delicada cooperação das diversas faculdades (das disposições intelectuais e sensitivas do conhecer e do apetecer unidas com uma determinabilidade sentimental, etc.). As faculdades intelectuais transcendem em valor as sensitivas. Parece ser dificilmente aceitável o atribuir simplesmente ao entendimento ou à vontade a primazia absoluta, pois isso depende do sentido em que se tomar tal primazia (intelectualismo, voluntarismo). — O modo contrapontístico de atuar das faculdades psíquicas exprime, sem dúvida, a limitação das mesmas, mas, por outro lado, se as faculdades da alma estão entre si devidamente subordinadas, constitui o fundamento da riqueza da vida psíquica humana. Falar do elemento espiritual existente no homem como sendo um irredutível “inimigo da vida” e valorizar apenas as faculdades irracionais, equivale a passar à margem da realidade da alma. — Willwoll. [Brugger]