exceção

(in. Exception; fr. Exception; ai. Ausnahme; it. Eccezioné).

1. Apesar de se encontrarem na Antiguidade alguns vestígios de uma ética da exceção, como a expressa por Cálicles em Górgias e por Trasímaco em A República de Platão, ou seja, de uma ética que não vale para “a maioria” (oi polloi), é só na filosofia contemporânea que o caráter da “excepcionalidade” assume não só importância moral ou religiosa, mas também ontológica e metafísica.

Esse foi um tema introduzido por Kierkegaard e por Nietzsche; em Temor e tremor, o primeiro insistiu no caráter de “exceção justificada” que o eleito de Deus representa em relação à lei moral (como é o caso de Abraão); o segundo insistiu no caráter de excepcionalidade do super-homem, a quem a “vontade de potência” confere um destino que foge a qualquer regra. Dos existencialistas, foi Jaspers quem insistiu na “excepcionalidade da existência”, que é sempre individual, singular, inconfundível e, por isso, não pode tornar-se objetiva e submeter-se a limites ou normas (Phil, II, 1932, p. 360).

2. Em significado lógico, v. quantificação do predicado. [Abbagnano]