(in. Euhemerism; fr. Évhémérisme; al. Evhemerismus; it. Evemerismó).
Doutrina de Euevêmero ou Evêmero de Messina (sécs. IV-III a.C), autor de uma Sagrada Escritura traduzida para o latim por Enio, na qual se queria demonstrar que os deuses são homens corajosos, ilustres ou poderosos, divinizados depois da morte (Cícero), De nat. deor, I, 119). [Abbagnano]
A ideia de que certos deuses eram reis ou heróis divinizados pelos serviços que haviam prestado à humanidade abria caminho desde Heródoto. Mas foi Evêmero (c. 330 c. 260) que popularizou essa interpretação pseudo-histórica da mitologia em seu livro A Inscrição Sagrada. A grande difusão do evemerismo deveu se, sobretudo, ao poeta Ennius (239-169), que verteu para o latim A Inscrição Sagrada, aos polemistas cristãos, que mais tarde se apoderaram dos argumentos de Evêmero. Com um método muito mais rigoroso, o erudito Políbio (c. 210-205 c. 125) e o geógrafo Estrabão (c. 60 c. 25 d.C.) esforçaram-se por esclarecer o fundo histórico que certos mitos gregos podiam encerrar. [Eliade]